
O Brasil está prestes a dar um passo fundamental na luta pela saúde pública com o lançamento da campanha nacional de vacinação voltada a crianças e jovens de até 15 anos. A iniciativa, anunciada pelos ministros Camilo Santana (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde), tem como meta vacinar quase 30 milhões de estudantes em mais de 110 mil escolas públicas de norte a sul do país. Trata-se de uma mobilização que, mais do que reforçar a proteção de uma geração, reacende um valor essencial da nossa sociedade: a cultura vacinal.
Ao longo das últimas décadas, o Brasil construiu um dos sistemas de imunização mais eficientes do mundo. Erradicamos doenças, reduzimos drasticamente a mortalidade infantil e promovemos campanhas que se tornaram modelo internacional. Foi a confiança da população nas vacinas, aliada a uma estrutura pública capilarizada, que nos trouxe até aqui. No entanto, esse patrimônio está sob ameaça.
Nos últimos anos, o avanço das fake news e a politização da saúde abriram espaço para um negacionismo perigoso, que mina não só a adesão às campanhas, mas também a credibilidade de décadas de ciência e trabalho sério. É justamente por isso que a campanha “Saúde na Escola”, que acontece neste mês, precisa ser abraçada com entusiasmo por toda a sociedade – governos, educadores, profissionais de saúde e, principalmente, famílias.
Vacinar não é uma escolha ideológica. É uma escolha pela vida. Pela proteção coletiva. Pela garantia de que nossas crianças possam crescer em um ambiente onde a poliomielite, o sarampo e tantas outras ameaças fiquem restritas aos livros de história.
Por isso, é fundamental que todos os pais e responsáveis saibam que cada campanha iniciada pelo Ministério da Saúde não é apenas para aquele momento ou para se livrar do vírus naquele instante. É, sim, para criar barreiras sanitárias e imunológicas contra doenças que podem ser altamente transmissíveis ou que já estavam consideradas erradicadas – e que voltaram a aparecer pela ignorância em não se aplicar corretamente o calendário vacinal da criança e do adolescente.