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César Oliva pede arquivamento temporário de denúncia contra Bruna Biondi para inclusão de novos elementos

Pedido de Comissão Processante contra parlamentar do PSOL é suspenso para ampliar relatório com novas denúncias

Durante a sessão ordinária desta terça-feira (15), o vereador César Oliva – PSD, líder do governo Tite Campanella – PL na Câmara Municipal de São Caetano, solicitou o arquivamento temporário do ofício que pedia a instauração de uma Comissão Processante contra a vereadora Bruna Biondi – PSOL. Segundo o parlamentar, a suspensão visa incluir novas denúncias e informações no relatório, que já ultrapassa 800 páginas.

Bruna é a única vereadora do PSOL em S. Caetano

Além disso, Oliva destacou que a decisão se baseia na necessidade de robustecer o material com outros documentos relevantes. “Na verdade, a vereadora deu ampla publicidade ao tema num momento em que nem sequer havia uma comissão votada. Essa divulgação precipitada fez com que outras denúncias chegassem até nós e, ao mesmo tempo, incentivou sua militância — inflamada pelos vídeos que ela mesma publicou — a invadir as páginas dos vereadores, promovendo injúrias e difamações”, afirmou o edil.

 

Contudo, o parlamentar ressaltou que a suspensão não significa o fim do processo. Ainda mais porque, segundo ele, há indícios de abuso de prerrogativa, apoio a atos ilegais e comportamento incompatível com o decoro parlamentar. “Chegou ao meu conhecimento um boletim de ocorrência registrado por uma mulher contra a vereadora. Também percebemos indícios de abuso de prerrogativa e de poder por parte dela. Por isso, optamos por construir uma peça mais robusta”, explicou.

 

Nesse sentido, Oliva argumentou que a Comissão Processante, uma vez instaurada, só pode investigar fatos listados previamente. Ou seja, não é possível adicionar novos elementos depois da abertura. “Por isso, decidimos suspender o andamento atual para nos reunir com os vereadores, fazer um levantamento completo do que pode ser incluído, e então dar o próximo passo — seja com uma nova comissão processante, seja com uma comissão especial. Não temos problema com isso”, pontuou.

 

Apesar disso, o vereador reforçou que a medida não tem caráter pessoal ou de perseguição política. “Não fazemos isso com alegria. Eu, particularmente, gostaria de estar usando minha energia para pensar em novos projetos que beneficiem a cidade. No entanto, não podemos normalizar certas condutas”, lamentou Oliva.
Do mesmo modo, ele criticou declarações recentes de Bruna Biondi, que, segundo ele, ultrapassaram os limites da divergência política. “Não é aceitável que uma vereadora, por divergência de voto, acuse todos os vereadores da Casa de validarem o racismo. Tampouco é aceitável que diga constantemente que a Câmara é um cartório do prefeito”, afirmou.

 

Ainda assim, o parlamentar mencionou outros episódios que considera graves, como o apoio declarado de Bruna a uma invasão de imóvel na Rua José Benedetti. “O apoio ao crime de invasão é proibido pela Constituição, pelo Regimento Interno e pela Lei Orgânica do Município. O vereador deve agir com decoro, pelo bem da cidade, com respeito aos colegas e comportamento republicano”, frisou.

 

Juntamente com essas denúncias, Oliva trouxe à tona um boletim de ocorrência em que uma mulher acusa a vereadora de uso indevido de imagem. “Segundo a denúncia, ao criticar a Prefeitura e uma construtora, ela se apropriou indevidamente de um vídeo feito em um imóvel particular — pago por um casal de corretores —, expôs a imagem deles e causou prejuízos à atividade profissional dos mesmos”, explicou.

 

Portanto, o líder do governo reiterou que o objetivo é apurar tudo com responsabilidade e legalidade. “A pressa é inimiga da perfeição. Estamos diante de um processo extremamente complexo, e queremos garantir que não haja nenhuma nulidade jurídica. O objetivo é reunir todas as provas possíveis para conduzir tudo da melhor forma”, disse Oliva ao ser questionado sobre uma possível data de retomada do tema na Câmara.

 

Por fim, ele deixou um recado direto à parlamentar do PSOL. “Queremos que a vereadora compreenda, de uma vez por todas, que ela pode — e deve — fazer oposição, apontar erros e atuar com firmeza. Mas precisa fazer isso respeitando os limites da lei, da ética e do decoro parlamentar. Esse é o papel de qualquer integrante do Legislativo”, concluiu o líder.

 

A reportagem entrou em contato com a vereadora Bruna Biondi, mas até o fechamento desta matéria, ela não retornou.

 

MARCOS FIDELIS

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