Editorial – Situação Indigesta
No Brasil estamos sob um presidencialismo autoritário que comanda o Estado e os estados e, ambos, retiram das cidades o devido e o indevido, alheios às consequências que transferem para os “cidadãos comuns”. O que importa, aos detentores federais e estaduais do poder, é a manutenção de máquinas administrativas superdimensionadas deficientes e plenas de benesses.
Não têm, senão indiretamente, que dar a cara a tapa ou, ao menos, botá-la na rua diariamente como ocorre – ou deveria acontecer – com os prefeitos e vereadores. O sistema eleitoral de coligações, misturando gato e sapato, bota maiormente nos legislativos figuras inexpressivas e incompetentes que, via de regra, só aparecem festeiras nas eleições respectivas. E vale tudo na disputa.
Não pode dar certo. Está tudo errado! A situação indigesta em que nos meteram na última década e pouco destroçou estruturalmente o país, com carga máxima sobre os municípios e as pessoas que neles vivem. Sem profunda reforma política que dê ao município autonomia e sem escolha responsável de representantes após, seguiremos indefinidamente tendo de engolir mais do mesmo.