Editorial – Imoral, indecente, irresponsável e inconsequente
Transformar uma discussão técnica em palanque político só tornou-se possível pela leniência da maioria dos senadores da comissão, de um lado, e a eficiência de órgãos paralelos imiscuídos no processo, de outro. Entre holofotes e canetadas – como no caso de 40 testemunhas de defesa – a coisa se arrasta indefinidamente, como querem os histéricos defensores do indefensável.
Ajuda-os, incisivamente, os mal intencionados ou os igualmente insensatos que berram, na mídia e nas redes, contra o presidente interino Michel Temer. Já quase afastamos a ameaça maior, a de nos transformarmos numa Venezuela da vida. O inimigo da democracia não tornou-se outro, nessa conjuntura precária. Excluídos os fantoches totalitários da vida política, teremos tempo para cuidar dos simplesmente corruptos, os menos ruins.
Preparam-se para julho atos que pretendem ser portentosos. Não sendo, será imenso o risco de sairmos da Era da Lava Jato e voltarmos à Era da Vaca Louca.