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Jovem que acusa PMs de estupro grava vídeos dentro da viatura

Vídeos gravados pela vítima momentos após o suposto abuso podem ser decisivos para a investigação

A jovem de 20 anos que denunciou dois policiais militares por estupro em Diadema gravou vídeos de dentro da viatura momentos após o suposto abuso. O caso, que ocorreu no último domingo (2), por volta das 23h30, envolve PMs do 24º Batalhão de Polícia Militar. Além disso, as imagens registradas pela vítima são elementos cruciais para a investigação.

A jovem pegou carona com os policiais após sair de um bloco de carnaval. Contudo, dentro da viatura, filmou a cena do banco de trás, enquanto os dois agentes estavam nos assentos dianteiros. Dirigindo-se à mãe enquanto registrava as imagens, ela acusou os policiais de estupro e de estarem bebendo na viatura. Ainda mais, os chamou de “mentirosos” e “vergonhosos”. Em resposta, um dos PMs disse que estava tentando ajudá-la.

Apesar disso, os dois agentes estavam portando câmeras corporais durante o episódio, mas removeram os equipamentos de seus uniformes por cerca de uma hora. Nesse sentido, não há imagens relevantes dessas câmeras para a investigação, o que gera mais questionamentos sobre a conduta dos policiais.

A mãe da jovem, que pediu anonimato por medo de retaliação, relatou que a filha foi abusada pelos dois PMs no banco de trás da viatura. Do mesmo modo, afirmou que a jovem está sob efeito de calmantes, bastante machucada e emocionalmente abalada. Em outras palavras, a vítima encontra-se fragilizada diante da gravidade da situação.

Segundo a Polícia Militar, o cabo James Santana Gomes e o soldado Léo Felipe Aquino da Silva cumpriam escala de serviço naquela noite. Durante o patrulhamento, foram abordados pela jovem, que solicitou carona até um terminal de ônibus. Eles alegam que a levaram ao Terminal de Ônibus Piraporinha e perguntaram a um funcionário qual ônibus ela deveria utilizar para chegar em casa.

Ainda de acordo com o relato dos PMs, pediram à jovem que desembarcasse da viatura. Porém, segundo eles, ela se exaltou e afirmou que não ficaria no local. Em seguida, teria ameaçado os policiais, dizendo que diria aos superiores que eles haviam cometido o estupro. Todavia, os agentes afirmam que seguiram para a Avenida do Estado e a deixaram em um ponto de ônibus.

A mãe da jovem nega a versão dos policiais. Em sua declaração, afirmou que os PMs, após abusarem da moça, a colocaram descalça e sem nenhum pertence para fora da viatura. Ou seja, a jovem teria sido abandonada em condições vulneráveis.

Ademais, a mulher revelou que a filha faz tratamento para depressão com remédios controlados há anos e, no ano passado, denunciou o próprio pai por estupro à Polícia Civil. Contudo, ela enfatiza que o histórico da jovem não invalida seu relato sobre os ocorridos no domingo.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que os PMs foram presos pelos crimes de “abandono de posto” e “descumprimento de missão”, uma vez que deram carona à jovem e deixaram a área de patrulhamento sem autorização. Apesar disso, a pasta afirmou que a acusação de estupro “é rigorosamente apurada pela instituição”.

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