Polícia abre inquérito para investigar acusação de estupro contra PMs que deram carona para jovem em Diadema
Agentes foram presos por descumprimento de missão e agora são investigados por crime sexual
A Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar a acusação de estupro feita por uma jovem de 20 anos contra dois policiais militares, em Diadema. Os agentes, que foram presos na última segunda-feira (3) por descumprimento de missão, são suspeitos de abusar da vítima após oferecerem carona em uma viatura.
Segundo o delegado Marcos Gomes de Moura, do 26º Distrito Policial do Sacomã, responsável pelo caso, a jovem foi ouvida na noite de terça-feira (4) e reafirmou a denúncia de abuso sexual. Ainda assim, para preservar a vítima e não comprometer as investigações, o delegado pretende solicitar o sigilo de Justiça.
A investigação teve início após a denúncia registrada pelo tio da jovem. De acordo com ele, a sobrinha pediu ajuda aos policiais durante um bloco de carnaval. Os agentes, por sua vez, pediram para que ela entrasse na viatura, alegando que a levariam para casa. Contudo, a moça teria sido abusada durante o trajeto.
De acordo com a Polícia Militar, o simples fato de oferecer carona já configura transgressão disciplinar. Os agentes não possuem autorização para transportar civis sem justificativa oficial. Nesse sentido, os dois policiais foram inicialmente detidos por terem abandonado seus postos em Diadema sem permissão.
Ainda mais, evidências apontam para possível premeditação. A jovem teria enviado áudios às 22h27 denunciando o abuso e pedindo ajuda. Logo depois, encaminhou fotos e vídeos de dentro da viatura, nos quais registrou o rosto dos policiais. Após isso, perdeu contato com o tio e só foi localizada horas depois na UPA Liberdade, já sem seu aparelho celular.
Por outro lado, os policiais negam as acusações e apresentaram outra versão dos fatos. Segundo seus depoimentos, a moça teria tido um surto dentro da viatura e, por isso, foi retirada do veículo em uma região próxima à Rodovia Anchieta. Ademais, alegam que ela ameaçou acusá-los de estupro caso não fosse levada para casa.
Outro ponto sob investigação é o uso das câmeras corporais pelos policiais. Ambos estavam equipados com os dispositivos, contudo, a corporação apura se os equipamentos foram desligados no momento da carona.
A jovem também afirmou que os agentes ingeriram bebida alcoólica antes do ocorrido. Diante disso, ambos foram submetidos a exames no Hospital da Polícia Militar para verificar a presença de álcool no sangue. No entanto, os resultados ainda não foram divulgados.
Por fim, a Justiça converteu a prisão dos policiais em preventiva nesta terça-feira (4), ou seja, eles seguirão detidos enquanto as investigações prosseguem. O caso continua em apuração pelo 26º DP do Sacomã, que busca esclarecer os detalhes e responsabilizar os envolvidos conforme as provas apresentadas.