O presidente do Regran – Sindicato do Comércio Varejista Derivados Petróleo ABCDMRR, Roberto Leandrini, não poupou críticas à PEC – Proposta da Emenda Constituição, de autoria da deputada federal Erika Hilton – Psol, que visa dar fim à jornada laboral 6×1, e refuta a ideia de que este projeto siga adiante.
Em nota de repúdio, publicada no último dia 14, Leandrini expressou seu descontentamento, como empresário e proprietário de posto de combustível, e as consequências que a medida vai causar em toda cadeia, desde a contratação, até o valor final de produtos e serviços, que vão impactar a economia e o bolso do consumidor.
IMPACTO
O conteúdo emitido pela entidade diz que:
“A referida PEC, com certeza, impactará negativamente a economia, prejudicando empresas, inclusive, aquelas de trabalho essencial, incluindo os postos de combustíveis, bem todos os trabalhadores. Cumpre, ainda, esclarecer o absurdo contido na PEC que fala em 36 horas semanais, e quatro dias de trabalho, no entanto, a matemática simples nos mostra que 8h X 4 dias = 32h – trinta e duas horas semanais”, refaz o cálculo Leandrini para mostrar um erro matemático na PEC.
Ao REPÓRTER, Roberto disse, neste sábado (16), que a medida é um retrocesso e que a resistência quanto à aprovação da PEC ganha vulto e apoio de outras classes.
“Isso é um absurdo, isso é para quebrar as empresas e o país todo. Por isso, tomamos essa iniciativa, como várias entidades de classe estão se manifestando. O Congresso tem que ter sensibilidade de perceber que as empresas não vão aguentar. Pois, eles querem que o funcionário trabalhe quatro dias e tenha folga de três, não é um passo atrás, e sim quilômetros para trás. Enquanto outros países trabalham mais, o Brasil quer trabalhar menos”, essa é a percepção do empresário e presidente do Regran quanto ao fim da jornada laboral 6×1.
PREJUÍZOS
A nota de repúdio do Regran discorre, ainda, sobre redução de jornada versus diminuição de salário, queda na arrecadação de impostos, demissões, entre outros aspectos, conforme segue o texto abaixo:
“Toda economia brasileira sofrerá grande impacto. As empresas e estabelecimentos comerciais sofrerão graves prejuízos. Assim, tal fator compromete não apenas o setor empresarial, mas também o bem-estar dos trabalhadores, que terão, no mínimo 20% de redução salarial, inclusive, pela mudança do divisor relativo ao número de horas, bem como enfrentarão possíveis demissões e instabilidade econômica, além de prejudicar todos os consumidores, que pagarão mais pelos produtos”, diz o texto, que conclui:
“Fatores que também diminuirão o recolhimento tributário, prejudicando a já falida economia brasileira. Estamos vigilantes e continuaremos a lutar pelos interesses coletivos, defendendo políticas que beneficiem toda a sociedade e manifestando nosso repúdio a medidas contida na PEC em pauta”, finaliza a nota.
AUTORIA
Segundo a deputada federal, Erika Hilton – Psol, autora da PEC – Proposta da Emenda Constituição, que versa sobre a extinção da jornada laboral 6×1, até a última quarta-feira (13), foram reunidas 171 assinaturas dos deputados do Congresso, o que garante o mínimo exigido para que uma PEC possa ser protocolada na Câmara dos Deputados, porém, a medida tem enfrentado fortes críticas, principalmente, por entidades de classe e o empresariado em geral.