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“Esse novo formato pode encarecer a operação e levar à demissões”, diz presidente do Sehal

PEC do fim da escala 6X1 já tem as assinaturas necessárias para ser levada ao Plenário da Câmara

A proposta de eliminação da jornada de trabalho 6×1, ou seja, seis dias de trabalho seguidos por um de descanso, está gerando intensos debates no setor de hospitalidade e nas redes sociais. Esse movimento, chamado “Vida Além do Trabalho”, defende que a prática atual é desgastante, prejudicando a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, além de comprometer suas relações familiares e sociais. Contudo, os efeitos dessa possível mudança levantam preocupações quanto aos impactos econômicos, especialmente entre empresários do setor de alimentação e hospedagem, como restaurantes, hotéis e motéis.

Nesse sentido, Roberto Moreira, presidente do Sehal – Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC, expressou suas preocupações em relação à proposta. Ele explica que o fim da escala 6×1 poderá exigir contratações adicionais para manter os padrões de atendimento e serviço.

“O fim da escala seis por um vai impactar bastante o setor de hospitalidade – restaurantes, hotéis, enfim, todas as empresas que operam com horários prolongados. Num restaurante, por exemplo, que abre pela manhã e fecha à noite, ou em hotéis e motéis que funcionam 24 horas, será necessário contratar mais funcionários para manter o mesmo padrão de serviço e atendimento”, afirmou Moreira. Além disso, ele alerta que a mudança na logística e nas escalas aumentará os custos com mão de obra, o que pode, inclusive, levar algumas empresas à falência.

Governo

Paralelamente, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho – PT, defendeu nesta segunda-feira que a questão da escala 6×1 deve ser debatida com cautela e tratada por meio de convenções e acordos coletivos. “A redução da jornada para 40 horas semanais, contudo, é possível e saudável, quando resulte de decisão coletiva”, comentou Marinho em seu perfil no X (antigo Twitter).

Em outras palavras, ele destacou a importância de uma análise que considere as necessidades específicas de cada setor, o que, segundo ele, é essencial para evitar desequilíbrios na economia e garantir um processo de adaptação adequado para empregadores e trabalhadores.

Todavia, enquanto o governo propõe um debate amplo, parlamentares como a deputada Erika Hilton – Psol, autora do projeto, já estão colhendo assinaturas para a PEC – Proposta de Emenda à Constituição que acaba com a escala 6×1, já obtendo o mínimo necessário para ir ao Plenário. Segundo Hilton, o modelo de jornada atual é prejudicial à saúde dos trabalhadores e precisa ser alterado de forma imediata.

Apesar disso, o deputado Alex Manente – Cidadania, fez críticas à proposta, argumentando que qualquer mudança nesse sistema deve considerar os impactos econômicos. “Eu sou contra a escala seis por um. Acho que ela precisa ser revista para garantirmos qualidade de vida para os trabalhadores e que tenham mais tempo de lazer com a família. O problema da PEC que está sendo proposta é que ela quer fazer essa mudança em uma canetada, sem considerar os impactos econômicos disso, o que pode, inclusive, causar muitas demissões e elevar o desemprego no Brasil”, comentou Manente.

 

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