Editorial

Editorial – Entre Deus e o Diabo

 “As enormes quantias de dinheiro que passavam pelas mãos do Estado davam oportunidade para fraudulentos contratos de fornecimento, corrupção, subornos, malversações e ladroeiras de todo gênero. A pilhagem do Estado pelos financistas refletia-se nas obras públicas, nas relações entre os organismos da administração e os diversos fornecedores”. (Há 166 anos, Karl Marx, em “A Luta de Classes na França – 1848 – 1850”). O ex-deputado federal Hélio Duque pescou esta pérola do Carlinhos Marx em artigo de ontem.  Mas, pinçamos outra do ácrata Bakunin, idos de 1870: “O governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Essa minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana”.  Portanto, há mais de século e meio profetas sociais alertavam contra o perigo do Estado corrupto e de soluções “mágicas” para enfrentá-lo. Suas receitas, ainda que plenas de fatos fundamentados, falharam ostensivamente nos resultados. A tal “natureza humana” é o fator errado. A culpa não é de Deus nem do Diabo: é exclusiva do bicho-gente.

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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