A ameaça de desocupação das comunidades Biquinha e também no Container, em Diadema, tem gerado uma onda de preocupação entre os moradores e líderes. A prefeitura, sob a gestão de José de Filippi Junior – PT, reativou recentemente o processo de reintegração de posse de uma área onde vivem cerca de 300 famílias, sem apresentar qualquer solução para a realocação dessas pessoas.
Segundo o advogado da associação que representa os moradores, Dr. Luís Fernando Lopes de Oliveira, a gestão petista inicialmente obteve uma liminar que determinava a desocupação da área, mas sem apontar um destino para os moradores, “no entanto, eles não apresentaram nenhuma solução sobre para onde enviariam essas famílias”, afirmou.
Apesar disso, moradores questionam a justificativa apresentada. “Até agora, não identificamos exatamente essa área de risco que eles mencionaram”, ressaltou Dr. Luís Fernando. A área em questão abriga uma comunidade consolidada há mais de 30 anos, com muitos residentes possuindo comprovantes de residência de décadas atrás.
Sidnei Casemiro de Oliveira, presidente da Associação de Moradores que representa a comunidade Biquinha e Container, também expressou sua indignação com a postura da administração municipal. “Desde o início da gestão do prefeito Filippi, vieram com máquinas e tratores, sem qualquer assistência ou diálogo com a comunidade”, disse.
Além disso, a comunidade teme que a continuidade da gestão de Filippi, associada ao Partido dos Trabalhadores, possa significar o avanço da desocupação sem que haja contrapartidas. “O PT é visto por muitos como um partido que defende os mais pobres, mas na nossa comunidade não sentimos isso”, afirmou Sidnei. Ele destacou que a falta de um plano habitacional claro ou de um projeto social agrava o cenário de incerteza para as famílias.
Para o advogado da comunidade, a urgência da prefeitura em avançar com a desocupação sem oferecer alternativas demonstra insensibilidade com a situação das famílias. “Minha pergunta é: para onde vou mandar essas famílias? Isso não é um problema jurídico, é um problema da administração pública”, questionou Dr. Luís Fernando. Procurada, a Prefeitura de Diadema não se manifestou ao REPÓRTER.

