 
						Em meio à reta final das eleições municipais, o PT – Partido dos Trabalhadores encontra-se em uma disputa acirrada para manter o controle de Diadema, um reduto histórico do partido na região do ABC. De acordo com pesquisa recente do Instituto Paraná Pesquisas (TSE SP-01580/2024), a cidade está prestes a vivenciar um segundo turno entre Taka Yamauchi – MDB, que lidera com 40,1% das intenções de voto, e o atual prefeito José de Filippi Júnior – PT, que segue de perto com 39,3%.

A trajetória política de Diadema é marcada pela eleição do primeiro prefeito petista do Brasil, Gilson Menezes, em 1982. Contudo, a situação atual do partido na cidade não parece tão promissora. Em um áudio vazado e divulgado ontem pelo REPÓRTER, Eliete Menezes, ex-mulher de Gilson, destacou as dificuldades enfrentadas pela campanha petista. “Quem está nas ruas percebe que estamos passando por um momento complicado. Estamos sendo rejeitados por pessoas que, no passado, lutaram conosco e se diziam petistas”, afirmou Eliete.
Além disso, a militante fez críticas sobre o tratamento desigual dado a alguns candidatos a vereador, enfatizando a necessidade de união na reta final da campanha. “Os candidatos a vereadores devem ser tratados igualmente. Sabemos que alguns vereadores já têm um trabalho consolidado na cidade, mas, a partir de hoje, precisamos fazer uma campanha de união”, apelou Eliete.
Lava Jato
José de Filippi Júnior, uma das figuras centrais do PT, busca sua reeleição para um quinto mandato em Diadema. Sua longa trajetória política inclui duas gestões entre 1993 e 1997, bem como outras duas de 2001 a 2009. Filippi também exerceu o cargo de deputado federal e atuou como tesoureiro das campanhas presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e Dilma Rousseff, em 2010. No entanto, em 2016, seu nome foi envolvido na Operação Lava Jato, prestando depoimento na Polícia Federal e sendo conduzido coercitivamente durante as investigações.
Denúncias
Porém, o cenário interno do partido em Diadema revela tensões. Eduardo Aires, ex-secretário-geral do PT na cidade e irmão do ex-candidato a vereador Renato do GEB, questionou o apoio dado pelo prefeito Filippi a alguns candidatos. “Renato foi candidato a vereador em outras eleições, sempre com mais de dois mil votos, e na última eleição, em 2022, obteve mais de sete mil votos para deputado estadual, sem um único apoio do prefeito Filippi”, declarou Aires, insinuando que pode ter sido vítima de perseguição política.
Além disso, Aires relatou um incidente envolvendo um convênio entre um cursinho preparatório ao qual é gestor e a administração petista anterior. Ele afirmou que a secretária de Educação da época, Lucia Couto, pressionou para que o apoio fosse dado exclusivamente a Filippi para deputado federal, em tom de ameaça. Como resultado, o convênio enfrentou atrasos nos repasses, culminando em uma dívida que impactou significativamente a instituição e seus integrantes. “Estou refletindo se isto é ou não perseguição”, questionou Aires, citando Karl Marx ao criticar a atuação dos atuais líderes petistas.
Do outro lado, Taka Yamauchi, engenheiro e candidato pelo MDB, concorre pela terceira vez à prefeitura de Diadema. Embora nunca tenha ocupado um cargo eletivo, Yamauchi possui uma aliança política com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e até junho deste ano comandava a SPObras, autarquia da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras da capital.
MARCOS FIDELIS
 
				