Não se trata, caros leitores, de alarmismo: saindo às ruas nas regiões metropolitanas e muito além, nesta época de seca típica, imediatamente sentimos os olhos arderem, a pele exposta coçar, dificuldades respiratórias com sensação de cansaço e irritação dentre muitos incômodos. Ante tais sintomas nada fazemos senão lamentar, pois as causas estão fora do nosso alcance. A poluição e a degradação ambientais estão, para a vida humana, como a má política para a sobrevivência da democracia e do Estado de Direito. Impotentes ante o desastre anunciado há décadas, caímos na resignação beócia de gado rumo ao matadouro. É ínfima a parcela da população que compreende o perigo e contra ele reage ao menos denunciando, não tendo condições de intervir e mudar o drama seja numa questão, seja noutra. Diz o refrão que cachorro que não pode morder que se contente em ladrar. Tanto na ecologia quanto na política, certo? Andando pelas ruas e conversando com o povo da nossa região, nesta época deplorável de frenesi eleitoral achavascado, vemos em todos os municípios a apatia bovina do eleitorado que considera – como em relação à degradação ambiental – “… que é assim mesmo, fazer o quê…”. Ou, a exemplo dos torcedores fanáticos por ídolos do futebol ou do “show bizz”, defendem intransigente seus fetiches mesmo que sejam renomados canalhas. São sintomas nefastos, certamente…
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.