Editorial – Camisa de força

 Para casos de distúrbios mentais graves, determinados pela psicologia clínica e a psiquiatria com exponencialmente perigosos tanto para o portador, quanto aos demais, recomenda-se camisa de força, medicamentos específicos e retenção em celas acolchoadas. Evita-se com isso, humanitariamente, consequências dramáticas e aberrantes.  Embora leigos, parece-nos que o caso do ex-presidente Lula se enquadra – seja na forma, seja no conteúdo – nesse padrão. Nem a canalhice mais sórdida e a politicagem mais rasteira justificariam comparar-se a Cristo num extremo, a Juscelino no meio e, paradoxalmente, ao sincrético ditador Getúlio Vargas no outro.  Há que lembrar que o primeiro fez história por sua sabedoria, o segundo botou o Brasil na era da revolução pós industrial e, o terceiro, teve ao menos um momento de grandeza ao meter uma bala no peito, ao ser encurralado pelas consequências dos próprios desmandos.  Faltam absolutamente, ao ex-presidente e possível futuro presidiário, a humildade do primeiro que só tinha de seus as próprias vestes; a inteligência, cultura e visão empreendedora do segundo e a coragem do terceiro. Se o guru Marco Aurélio “Top-Top” Garcia afirmou que “a democracia é uma farsa”, todavia seu pupilo e seu partido revelaram-se a maior fraude da História do país.  Não é uma questão de política: é um caso de polícia, com destino a sanatórios judiciais…