Editorial – Até o Carnaval chegar…

Bom, em que pese a sinceridade mefistofélica, nem nos nefários tempos da ditadura, nem nestes tempos orgíacos, nos quais a “Res Publicae” virou pagamento de michês (pixulecos), o ente abstrato “Povo” esteve tão fora das decisões do Bloco dos Sujos e seus césares.
Aliás, a coisa vem de longe! Até na máxima “A César o que é de César, a Deus o que é de Deus (Mateus 22:21)” o povo não foi contemplado, ficando fora da parada. Ao povo o que é do povo? Nem pensar! Migalhas daqui, migalhas de lá, a imensa maioria da população segue refém das bandalheiras de poucos “poderosos”. Quem, na modernidade, lhes dá tal poder? Pois é: o tal “povo”…
A regra primária, para o êxito dos “malvados” é, como sempre, o poderoso mantra “panem et circenses”, com destaque privilegiado para o carnaval, o futebol e tantas outras alegorias insubstanciais. No congresso, câmaras estaduais e municipais, o circo segue armado e, pelo país, o pão ainda circula.
Esperemos o carnaval chegar e passar. Quiçá tenhamos alguma novidade…

