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TALIDOMIDA

Enfermeiro Roberto Canavezzi

      A talidomida foi desenvolvida em 1954 pelo laboratório alemão (Grünenthal), um medicamento de venda livre, usado como sedativo, e mais tarde recomendado para náuseas da gravidez. Em 1957 o medicamento já era comercializado em 146 países, mas não nos Estados Unidos, onde não foi aprovado para comercialização.

    Por tratar-se de uma droga teratogênica, não demorou muito para ocorrer os primeiros relatos de crianças, nascendo com uma condição bastante rara, a focomelia, que significa falta de braços e pernas.

    Os casos foram levados ao conhecimento do fabricante, mas eles ignoraram, mesmo quando mais e mais casos eram relatados.

     Para o Grünenthal o importante era o lucro, e para tanto, mantinha em segredo os casos de malformação que chegavam ao seu conhecimento.

     Médicos que criticavam a talidomida, foram alvo de espionagem e um médico que descobriu 14 casos de defeitos congênitos relacionados ao medicamento, recebeu ameaças de processo por parte do laboratório, que ainda enviou 70 mil cartas aos médicos alemães, informando que a talidomida era segura.

   A talidomida cuja ingestão de um único comprimido, nos três primeiros meses de gestação, pode ocasionar a focomelia, passou a ser comercializada no Brasil em 1958, com o nome de Sedalis.

    Em 1961 a droga é retirada de circulação, à exceção do Brasil, onde a droga só foi retirada em 1965, mas na prática, não deixou de ser consumida indiscriminadamente no tratamento de estados reacionais em Hanseníase, em função da desinformação, descontrole na distribuição, omissão governamental, automedicação e poder econômico dos laboratórios. Com a utilização da droga por gestantes portadoras de hanseníase, surge a segunda geração de vítimas da Talidomida.

      Atualmente, a talidomida ainda é comercializada no Brasil, com a finalidade de tratar doenças como câncer, hanseníase e Lúpus Eritematoso.  No entanto, o medicamento não é encontrado nas farmácias, a distribuição é controlada pelo Ministério da Saúde, sem dúvida para esse controle muto contribuiu a Associação Brasileira dos Portadores da Síndrome da Talidomida.

     A regulação de medicamentos pode ser dividida em antes e depois do desastre da talidomida, antes os medicamentos eram colocados no mercado sem nenhuma pesquisa e depois os laboratórios passaram a ter mais critérios antes de comercializar seus produtos.

     Mesmo assim os medicamentos continuam apresentando efeitos colaterais e, às vezes graves, portanto todo cuidado é pouco.

 

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