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Não Deixe São Caetano do Sul Mais Amarga.

        José Roberto E. Xavier.                        Médico.

 

 

Realmente São Caetano está menos doce na acepção mais fiel da palavra. Menos doce porque perdemos a PAN, com a qual a cidade conviveu 87 anos após a sua fundação, em dezembro de 1935, por Aldo Aliberti e Oswaldo Falchiero. A sensação de amargor não se restringe apenas a uma metáfora sobre o desaparecimento de um ícone da indústria do chocolate no Brasil, mas à incerteza da destinação a ser dada à massa falida. Incrustada no meio do bairro Santa Paula, um dos mais valorizados da cidade, em um terreno de 10550 m2, torna-se imprescindível que o aproveitamento desse espaço contribua para um aprimoramento racional da qualidade de vida da nossa população. Jactamo-nos de viver em apenas 15km2 dos melhores IDHs (muitas vezes o melhor) do país sem nos atermos que esta classificação se refere apenas à renda per capita, Educação e longevidade. Não sei em que posição estaríamos se estivessem incluídas nesta avaliação a poluição do ar, a mobilidade urbana, a segurança e outros quesitos. Constituímos uma das maiores densidades populacionais da nação e somos enquadrados pelo Rio dos Meninos, Córrego dos Moinhos, Ribeirão dos Couros e Rio Tamanduateí retificado, o que nos coloca em alta vulnerabilidade para enchentes e no infindável aguardo dos piscinões, cujas construções há anos se arrastam! Leve-se em conta também que o ar poluído tende a seguir o leito dos rios.

 

São condições naturais de poluição urbana que extrapolam soluções administrativas locais pelos graus de dificuldade, complexidade e inexorabilidade dos eventos. Diferentemente, o caso PAN é de solução doméstica, de amplitude menor, mas que tem tudo a ver com a manutenção do conforto e alegria de habitar São Caetano.  Depende, sobretudo, de soluções políticas, financeiras, jurídicas e do envolvimento consciente da população. Para uma dívida de 260 milhões de reais, mesmo neste momento crítico da economia nacional, não nos parece impossível encontrar vieses de resoluções socialmente satisfatórias. (carecemos do detalhamento da dívida para melhor juízo). Ajudem-nos a transformar aquele espaço em mais um lugar aprazível nesta nossa selva de pedra. Menos poluição demográfica e mais pães de mel.

Com a palavra os donos da Pan.

Com a palavra os clubes de serviço e Maçonaria.

Com a palavra economistas, arquitetos e urbanistas.

Com a palavra os poderes legislativo e executivo.

Com a palavra você, que, como nós, ama este pedaço de chão.

 

Dr. Xavier
José Roberto E. Xavier

 

São Caetano do Sul.

 

 

 

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