Roberto Canavezzi
A Saúde Pública brasileira se não fosse tão médico centrada, sem dúvida, seria muito mais eficiente.
Não estou fazendo apologia contra o trabalho médico, que precisa ter as suas atribuições respeitadas, mas me refiro à burocracia desnecessária e burra, que acaba não beneficiando, nem ao médico que fica com a agenda abarrotada, nem ao paciente que demora, para ser atendido.
Vamos a alguns exemplos, uma mulher procura uma Unidade Básica de Saúde, por conta de um atraso menstrual, com o objetivo de realizar um teste de gravidez, dificilmente conseguirá consulta no mesmo dia, na verdade a consulta será marcada para o mês seguinte, isso se tiver sorte.
Não seria mais inteligente ela passar em consulta, com o enfermeiro, e já saísse da unidade com o pedido de exame.
Isso evitaria que as gestantes iniciassem tardiamente seu Pré-Natal, sendo o resultado for positivo, o enfermeiro inscreve a gestante no Programa de Pré-Natal, da todas as orientações, solicitando os exames de rotina e de posse dos resultados, passa com o médico.
Outra coisa que não consigo entender é a prescrição de fraldas, e de material para curativos, fornecidos pelas Unidades de Saúde que só podem ser prescritos por médicos.
Poderíamos descrever inúmeras atividades, que poderiam ser desburocratizadas, proporcionando um atendimento mais rápido e seguro, nas áreas de saúde da mulher, saúde da criança, saúde do adulto, saúde do idoso.
Uma medida muito importante, é a consulta alternada, entre médico e enfermeiro, no atendimento de pacientes crônicos (hipertensos e diabéticos).
Finalmente lembro a existência de diversos protocolos, inclusive do próprio Ministério da Saúde e outros que poderão ser criados pelos profissionais das Unidades de Saúde, para proporcionar cuidados com segurança, e menos médicos centrados.