Editorial
Afora o fato de o Natal, para variar, em vez da celebração ecumênica do nascimento de Cristo ter-se tornado motivo para festanças,
gastanças e orgias gastronômicas invés de homenagem espiritual contrita à personagem que tentou mudar os rumos da humanidade há dois milênios,
ao menos o Brasil mudou, em 2018.
Sem euforias gratuitas ou desalentos permanentes,
a visão sóbria do período mostra-nos fase mais consolidada,
já que a ação da luta contra a corrupção, personificada na Lava Jato, obteve vitórias incontestáveis.
A maior foi botar na cadeia o ícone da corrupção deste século, o Poderoso Cefalópode,
como cereja do bolo do desmonte dos projetos hegemônicos de sua organização criminosa e satélites.
Mas, ainda não acabou.
O governo do Jair terá contra si dois poderosos inimigos.
O primeiro e natural são os mais de 40 milhões de fanáticos, bem articulados e seus infiltrados em todos os segmentos do Estado e da sociedade.
Vide o STF e o Congresso.
O segundo, são os oportunistas insidiosos e temerários que, à sombra da bronca de acima de 50 milhões desarticulados, contra os desmandos e canalhices inaceitáveis do primeiro, chegaram ao poder circunstancialmente em proveito próprio e de suas hostes.
O “fogo amigo” é mais perigoso que o da artilharia inimiga.
Certo, Capitão?
Entrando no jogo de tais inimigos, Jair já era. Cabe à cidadania lúcida impedir tal desfecho inglório.