O Brasil após a sua independência tinha tudo para não dar certo. De cada três brasileiros, dois eram escravos. O Brasil tinha uma população pobre e carente de tudo, sua economia era agraria e rudimentar, e ainda vivia sobre a vergonhosa nódoa do tráfico negreiro. Convivia com o medo de uma iminente rebelião dos cativos, o que tirava o sono da minoria branca e escravagista. Um povo formado por analfabetos, de cada dez pessoas, só uma sabia ler e escrever. Havia muita rivalidade entre as províncias levava a crer uma provável guerra civil. E como tudo isso não bastasse D. João VI, antes de deixar o Brasil rumo a Portugal raspou os cofres nacionais, dando exemplo para nossos políticos, guardadas as devidas proporções fazerem o mesmo até os dias atuais.
Manter a integridade do nosso território é o que poderia, sem exagero, se denominar de milagre, por falar em milagre, outros se sucederam, pois por mais que políticos desonestos e traidores da pátria se esforçassem, não conseguiram acabar com o país.
Mas o Brasil, ainda patina independente dos governos de direita ou de esquerda, e também para isso contribui a sua grande extensão territorial.
Na última eleição, ficou bem claro o posicionamento da população brasileira, ao optar democraticamente por modelos de governo opostos.
Observando o mapa das eleições é possível observar com raras exceções que o país se dividiu politicamente, com os estados das regiões norte e nordeste, escolhendo um modelo e os estados do sul e sudeste outro.
Espero que a atual divisão política, não reacendam os movimentos separatistas, como por exemplo, a Revolução Pernambucana de 1817, provocada pelas altas taxas de impostos cobrados para sustentar a corte perdulária de D. João VI, no Rio de Janeiro. Por falar em altas taxas para sustentar a perdulária máquina pública, nada mudou.
Roberto Canavezzi