Ex-vice-prefeito de Ribeirão detona aumento de tarifa dos coletivos na cidade
Gabriel Roncon elencou uma série de problemas na qual coloca em xeque o aumento das tarifas tendo em vista os péssimos serviços prestados
A Prefeitura da Estância Turística de Ribeirão Pires anunciou e determinou, ao apagar das luzes de 2025, no último dia 30, o aumento da tarifa de transporte público – leia-se ônibus – e que, portanto, entra em vigor no dia 06 de janeiro de 2026, porém, a decisão não agradou ao Comitê Regional Unificado contra o aumento da passagem no ABC, além de trazer consigo a insatisfação do munícipe, ex-vice-prefeito, ex-vereador e ex-candidato a prefeito da Estância, Gabriel Roncon, que se mostrou contrário, não apenas com o repasse, mas também com a ineficiência do transporte, a ausência da empresa concessionária e o abandono de parcelas da população.
Insatisfação
Desse modo, Roncon classificou a decisão como um ‘presentão’ para a sociedade Ribeirãopirense.
“Um presentão para a população, é um absurdo. Definitivamente, isso é muito triste, porque a gente enfrenta diversos problemas no transporte público, a saída da empresa da SuzanTur, que deixa Ribeirão Pires e passa a ter a sua sede Mauá. Além do descaso, tanto com os idosos, quanto com a população do espectro autista, isso porque estão cobrando as pessoas a se cadastrarem no aplicativo Buspay, porém, quem não consegue, eles cobram a passagem”, lamenta o munícipe.
Além disso, Gabriel destacou a difícil missão da população em se cadastrar no aplicativo e teceu duras críticas ao prefeito Guto Volpi – PL ao adjetivá-lo.
“Só que a dificuldade das pessoas em se cadastrar é gigante e quando a pessoa não consegue, eles cobram a passagem de forma arrogante, sem bom senso e sem jogo de cintura algum.
Bom exemplo
Portanto, é um prefeito omisso que não cobra nada disso e mais do que isso uma empresa que não tem responsabilidade alguma com a nossa cidade e, muito menos, o prefeito que não tem esse pulso de ter a cobrança em cima da empresa e dá esse presente de Natal, que é o aumento”, dispara ele, que aconselha o liberal a seguir os mesmos passos do tucano da cidade vizinha:
“O prefeito devia seguir o exemplo de Santo André, que congelou a tarifa”, pediu Roncon.
CMMU
Já a nota de repúdio do Comitê Regional Unificado elenca alguns pontos, como ilegalidade, aconselhamento do MP – Ministério Público, entre outras ações, conforme o resumo abaixo:
Sobre ilegalidade, a entidade se posiciona ao manifestar que o principal vício que invalida o aumento da tarifa é a sua aprovação unilateral, sem a devida manifestação do CMMU – Conselho Municipal de Mobilidade Urbana (CMMU), além de apontar que ao ignorar a competência do CMMU, a Prefeitura não comete um mero erro formal, mas sabota deliberadamente um mecanismo de transparência e participação popular.
No entanto, a entidade se respalda em manifesto do MP em fevereiro passado, na qual diz:
“A gravidade da conduta da Prefeitura já foi apontada pelo Ministério Público, que advertiu a gestão municipal, afirmando que a decisão de aumentar a tarifa sem a prévia estruturação do CMMU é ‘contrária ao espírito da lei, que visa promover consenso e debate público sobre questões de mobilidade’.
Além desses aspectos, a entidade critica a decisão ao apagar das luzes:
“Além de ignorar o Conselho, a Prefeitura age ‘na calada da noite’. Anunciar um aumento de tarifa no dia 30 de dezembro para vigorar apenas em 06 de janeiro é uma afronta direta ao princípio constitucional da Publicidade, que exige transparência nos atos da administração”.
Por outro lado, a Justiça paulista tem um entendimento consolidado sobre o tema, protegendo o cidadão contra atos arbitrários de gestores públicos.
Vergonha
No entanto, em outro trecho do documento, o CMMU usa as cidades vizinhas de exemplo:
“Enquanto cidades vizinhas como Santo André e São Bernardo congelam suas tarifas e São Caetano oferece tarifa zero, Ribeirão Pires impõe à sua população a tarifa mais alta do ABC (R$ 6,40) por um serviço de péssima qualidade, com frota velha, longos tempos de espera e desrespeito ao usuário”.
E como conclusão, a entidade pede:
“O aumento da tarifa é ilegal, imoral e nulo, por isso, exigimos a imediata suspensão dos efeitos do decreto que reajustou a tarifa, a implementação imediata e efetiva do CMMU, com a eleição de seus membros, entre outros pormenores”.
Novos valores
Desse modo, as tarifas, entrando em vigor, ficarão assim:
Passagens no valor de R$ 5,70 para bilhetagem eletrônica, R$ 6,40 para pagamento em dinheiro e R$ 7,50 no uso de vale-transporte.
CELSO M. RODRIGUES



