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Diversão e cuidado não são opostos

O calor extremo que marcou a semana do Natal e segue castigando o Rio de Janeiro, São Paulo e outros estados do Sudeste, Centro-Oeste e Sul não pode ser tratado como um simples desconforto sazonal. Trata-se de uma situação de risco real, reconhecida oficialmente com a emissão de alerta máximo, indicando temperaturas muito acima da média por vários dias consecutivos e alta probabilidade de danos à vida e à saúde. Ignorar esse cenário é um erro coletivo, que envolve tanto atitudes individuais quanto a responsabilidade do poder público.

 

Em um período tradicionalmente associado a festas, férias, praia, piscina, consumo excessivo de álcool e alimentação pesada, o perigo se intensifica. O organismo humano tem limites claros para lidar com o calor, especialmente quando submetido à desidratação, ao esforço físico prolongado e a hábitos que sobrecarregam o sistema cardiovascular. O resultado pode ir muito além de um mal-estar passageiro, alcançando quadros graves, com confusão mental, colapso do funcionamento do corpo e necessidade de atendimento médico imediato.

 

O impacto do calor extremo ainda é subestimado por grande parte da população. O corpo tenta se adaptar aumentando a transpiração, acelerando o coração e dilatando os vasos sanguíneos, mas esses mecanismos não são infinitos. Quando falham, instala-se uma emergência que pode levar a quedas de pressão, acidentes, agravamento de doenças e até risco de morte. Pessoas com condições crônicas, como problemas cardíacos, respiratórios, metabólicos ou renais, além daquelas que utilizam determinados medicamentos, estão ainda mais vulneráveis e precisam de atenção redobrada.

 

Diante desse cenário, é imprescindível que os órgãos oficiais tratem o calor com a mesma seriedade dedicada a outros desastres naturais. Planos de contingência, ampliação de áreas de sombra e hidratação em espaços públicos, comunicação clara e ações de proteção aos grupos mais vulneráveis não são medidas opcionais, mas deveres do Estado. O enfrentamento das mudanças climáticas passa também pela adaptação imediata às suas consequências, que já estão à nossa porta.

 

Diversão e cuidado não são ideias opostas. É possível aproveitar o verão, as festas e o descanso sem negligenciar a saúde. Hidratação constante, moderação no consumo de álcool, alimentação mais leve e atenção aos sinais do corpo são atitudes simples que salvam vidas.

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