EA Imunodeficiência Adquirida (AIDS), desencadeada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), representa um dos maiores desafios de saúde pública da história recente do Brasil e do mundo. Nesse contexto, as campanhas de combate à AIDS não são meros esforços pontuais, mas sim pilares incontestáveis da política de saúde brasileira, essenciais para a proteção da população, a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e o avanço social.
O aspecto mais evidente da importância dessas campanhas reside na disseminação de informação. Em um cenário onde a principal via de transmissão é a sexual, o conhecimento sobre o vírus e as formas de prevenção, como o uso de preservativos e as estratégias de Prevenção Combinada (incluindo PrEP, PEP, testagem regular e tratamento como prevenção), é literalmente uma questão de vida ou morte. Campanhas como o “Dezembro Vermelho” reforçam a urgência da testagem, permitindo o diagnóstico precoce. Este, por sua vez, é crucial, pois um indivíduo com HIV que adere ao tratamento antirretroviral (TARV) alcança a carga viral indetectável e, por consequência, se torna intransmissível.
Do ponto de vista epidemiológico, o sucesso do Brasil no combate à transmissão vertical (de mãe para filho), que está em vias de receber a certificação de eliminação pela ONU, é uma prova cabal da eficácia de um sistema que alia políticas públicas, campanhas de pré-natal e acesso universal ao tratamento. A capacidade de frear novas infecções e reduzir a mortalidade por AIDS, especialmente entre grupos mais vulneráveis, demonstra o retorno do investimento em prevenção. Ao evitar a progressão da doença para a AIDS, reduz-se a necessidade de internações e tratamentos complexos, gerando uma economia substancial para o sistema de saúde, que pode redirecionar recursos para outras áreas.
Em suma, as campanhas de combate à AIDS são o motor que impulsiona a educação e a responsabilidade social no Brasil. Elas garantem que as conquistas científicas, como o tratamento universal e o conceito “indetectável = intransmissível”, cheguem à ponta, transformando vidas e permitindo que as PVHA vivam com qualidade, longevidade e zero risco de transmissão. Ignorar sua relevância é retroceder e colocar em risco o futuro da saúde pública.

