Os prefeitos de Santo André, Gilvan Ferreira – PSDB, e de São Bernardo, Marcelo Lima – Podemos, reafirmaram, ontem, apoio ao médico Aldemir Humberto Soares, enquanto o prefeito de São Caetano, Tite Campanella – PL, manteve a indicação de Ricardo Carajeleascow, diretor do Departamento de Saúde de São Caetano. Nesse sentido, a definição do nome à presidência da Fundação dependerá do consenso entre os três chefes do Executivo — condição que, porém, ainda não foi alcançada.
Contudo, a expectativa é que a situação avance nesta quinta-feira (27), quando o Conselho Curador da FUABC se reúne em sessão extraordinária ao meio-dia para deliberar sobre a nova presidência e vice-presidência para o próximo biênio. Ainda assim, a falta de unidade entre as cidades mantém o desfecho em aberto.
Indicação
Do mesmo modo, Santo André formalizou sua indicação de forma articulada. Gilvan Ferreira enviou oficialmente ao presidente da FUABC o nome de Aldemir Soares, construído em alinhamento com o governador Tarcísio de Freitas, com o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, e com o prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima. Em outras palavras, trata-se de uma tentativa de mostrar força política e integração regional em torno da saúde pública.
Aldemir, atual Coordenador de Serviços de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, também possui trajetória consolidada em gestão hospitalar e políticas públicas. “O doutor Aldemir reúne credibilidade, experiência técnica e profundo conhecimento da saúde pública. Tenho plena confiança de que sua atuação contribuirá para aprimorar a gestão, fortalecer os serviços e garantir atendimento de qualidade para a população do ABC”, afirmou Gilvan Ferreira.
Impasse
Porém, São Caetano contesta a articulação dos demais municípios. A administração de Tite Campanella afirma que segue as normas do rodízio, segundo as quais caberia à cidade indicar o próximo presidente. “A Prefeitura de São Caetano informa que indicou o médico Ricardo Carajeleascow para assumir a presidência da instituição, conforme determina as regras de rodízio estabelecidas entre as três cidades”, diz trecho de nota enviada pelo município.
Embate
Ainda mais, a Prefeitura critica diretamente Santo André e São Bernardo pela postura: “Infelizmente, Santo André e São Bernardo do apresentaram outro nome, desrespeitando o rodízio proposto, e fizeram a opção pela continuidade das atuais políticas de gestão, descumprindo a prerrogativa do município de São Caetano nesta indicação”, acrescentou. Todavia, a administração afirmou que seguirá defendendo seus direitos “de todas as formas permitidas por lei”.
Disputa
Juntamente com o impasse político, a decisão envolve o comando de uma das estruturas de saúde mais relevantes do Estado — responsável por unidades como o Hospital Mário Covas, o Hospital da Mulher e o Centro Hospitalar Municipal de Santo André. Ou seja, trata-se de uma escolha que impacta diretamente o atendimento a milhões de moradores.
MARCOS FIDELIS
