A transformação de grandes clubes de futebol em Sociedades Anônimas do Futebol (SAF) é um fenômeno crescente que está remodelando a paisagem do esporte mais popular do mundo. Embora o modelo suscite debates apaixonados, focar-se apenas na perda da “identidade associativa” ignora os benefícios estruturais e financeiros monumentais que a profissionalização da gestão traz para estas potências esportivas. Longe de ser apenas uma tendência, a SAF é a resposta necessária aos desafios da modernidade, prometendo um futuro mais estável e vitorioso.
Um dos pontos mais cruciais é a saúde financeira. A maioria dos grandes clubes históricos acumula dívidas astronômicas, resultado de gestões amadoras, políticas e focadas em mandatos curtos.
A SAF, ao injetar capital privado significativo, oferece o resgate imediato, permitindo a quitação de passivos e, o mais importante, a reestruturação das finanças. Esse saneamento permite que o clube saia do ciclo vicioso de vender seus melhores ativos para cobrir o “buraco” e comece a planejar a longo prazo.
A injeção de capital não se limita a cobrir dívidas; ela é o motor para a modernização da infraestrutura. Investidores sérios veem o clube como um negócio global. Isso significa construir ou reformar estádios para se tornarem arenas multiuso lucrativas, investir em centros de treinamento de ponta e modernizar departamentos, como o de análise de dados e scouting. Essa infraestrutura de primeira linha é fundamental para atrair e reter talentos, tanto no campo quanto na gestão.
Além disso, a SAF impõe uma governança e gestão estritamente profissionais. A estrutura corporativa exige compliance, transparência e a contratação de executivos com experiência no mercado esportivo global, e não mais dirigentes eleitos com base em popularidade política.
Essa profissionalização leva a decisões mais racionais, estratégicas e menos emocionais, otimizando todas as fontes de receita: direitos de transmissão, patrocínios, matchday e venda de jogadores. A profissionalização não apenas maximiza os lucros, mas também minimiza a exposição a escândalos e má gestão.
