FMABC define nova reitoria amanhã; Chagas mantém otimismo e defende “horizontes amplos” para a instituição
Em segunda fase eleitoral decisiva, Fundação do ABC vota amanhã para escolher reitor e vice; cardiologista reforça proposta de modernização, integração internacional e foco em alunos, professores e funcionários
A eleição que definirá o novo comando do Centro Universitário FMABC – Faculdade de Medicina do ABC entra, ainda assim, em sua etapa final. O presidente da FUABC – Fundação do ABC, Dr. Luiz Mário Pereira de Souza Gomes, pautou para esta quarta-feira a votação que escolherá reitor e vice-reitor para um mandato de quatro anos.
Processo
A disputa ocorre após a primeira fase, realizada em 31 de outubro, quando o Conselho Universitário — composto por representantes de docentes, alunos, funcionários, ex-alunos, departamentos e da comunidade acadêmica — definiu os nomes que avançariam. Além disso, o processo é dividido em duas etapas: a interna, já encerrada, e a externa, sob responsabilidade da mantenedora.
A definição final caberá ao Conselho Curador da Fundação do ABC, formado por 21 integrantes. Esse colegiado reúne representantes das prefeituras de Santo André, São Bernardo e São Caetano, bem como membros de Câmaras Municipais, da Associação dos Docentes, da Associação de Apoio ao Desenvolvimento da FMABC e de comissões vinculadas à residência médica. Nesse sentido, a decisão de amanhã será determinante para o futuro da instituição.
Otimismo
Candidato pela Chapa Axuxê, o cardiologista Dr. Antonio Carlos Palandri Chagas afirma manter o otimismo. Em suas palavras: “Entramos agora em uma nova fase do processo eleitoral. A minha expectativa é bastante positiva, porque temos um projeto abrangente tanto para a Faculdade de Medicina quanto para o Centro Universitário.”
Chagas destaca que, apesar disso, a FMABC ainda não possui um Centro de Ciências da Saúde estruturado, o que considera essencial para acompanhar o desenvolvimento do ensino superior no país. “A nossa candidatura nasceu com a proposta de promover inovação — dentro da faculdade, dentro do complexo universitário e, principalmente, oferecer aos nossos alunos uma visão além dos muros da instituição”, afirma.
Globalização
O médico reforça que a formação precisa dialogar com universidades nacionais e internacionais. Do mesmo modo, recorda que a globalização transformou a dinâmica do ensino e da medicina. “O mundo ficou muito pequeno. Meia hora antes de vir para cá, eu estava atendendo um paciente em Gotemburgo, na Escandinávia. É assim que o mundo funciona hoje, por isso precisamos ter horizontes amplos e pensamento aberto.”
Chagas também ressalta sua ligação histórica com a instituição e com a região. Em outras palavras, ele afirma que conhece o ABC “por dentro”. “Sou da quarta turma da faculdade. Quero devolver à instituição tudo aquilo que aprendi ao longo da minha carreira”, diz. Ele lembra sua passagem por centros universitários internacionais e reforça o desejo de trazer essa experiência para a FMABC.
O candidato avalia que o cenário do ensino superior vive um momento desafiador, com proliferação de cursos de áreas da saúde e crescente concorrência. Apesar disso, sustenta que a FMABC se diferencia pela tradição e pelos indicadores de qualidade reconhecidos pelo MEC.
Eixos
Chagas apresenta três eixos centrais de sua proposta: alunos, professores e funcionários. Juntamente com a defesa de um campus mais sustentável e moderno, ele enfatiza a criação de linhas de pesquisa específicas, incentivos à docência de alto nível e programas sabáticos nos moldes internacionais. “Esse é um caminho seguido pelas grandes instituições, e queremos trazer isso para o nosso Centro Universitário”, explica.
O cardiologista também propõe ampliar o uso da rede de hospitais e unidades de saúde administradas pela Fundação do ABC. Por exemplo, ele cita o potencial para expandir estágios e parcerias com grandes indústrias da região, integrando cursos como Farmácia, Nutrição e Enfermagem a ambientes reais de atuação profissional.
Parcerias
Chagas reforça que instituições brasileiras vêm firmando acordos com empresas como Microsoft, Amazon e Apple. Todavia, acredita que a FMABC pode avançar nesse tipo de cooperação tecnológica para fortalecer laboratórios, pesquisas e ferramentas de ensino. Ele menciona iniciativas recentes em universidades nacionais e europeias, como a Universidade Mackenzie e a Universidade Europeia de Madri, como referências.
“Temos nome, temos tradição — mas podemos fazer mais”, afirma. “Abrir novas portas, construir novos horizontes e fazer com que a FMABC cresça e se desenvolva. Conduzir uma universidade não é simples, mas é um desafio que precisa estar nas mãos de pessoas verdadeiramente competentes.”
