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Metrô descobre formação rochosa inédita em Santo André durante sondagens da Linha 20-Rosa

Estrutura subterrânea rara traz novos desafios geotécnicos e reforça a complexidade do subsolo

O Metrô de São Paulo identificou uma formação rochosa inédita durante as sondagens da futura Estação Portugal, em Santo André, no traçado da Linha 20-Rosa. Entre 46 e 52 metros de profundidade, geólogos localizaram micaxistos, gnaisses e milonitos — rochas metamórficas, ou seja, transformadas por altas temperaturas, pressões ou fluídos quentes.

Além disso, o material apresenta um comportamento atípico, exigindo técnicas específicas e soluções complexas de engenharia subterrânea.

Segundo o Metrô de São Paulo, o subsolo do ABC demonstra características inéditas para a engenharia paulista. Nesse sentido, os engenheiros estudam modificações nas lâminas de corte utilizadas nas escavações, a fim de lidar com o solo de baixa coesão — que se desintegra com facilidade. Ainda assim, o objetivo principal é garantir a estabilidade das estruturas e evitar deslocamentos durante as futuras obras.

 

PROJETO

A descoberta ocorre durante o desenvolvimento do projeto básico da Linha 20, etapa que antecede o início das obras previsto para 2027. Além disso, essa fase inclui sondagens geotécnicas, mapeamento do subsolo e análise detalhada dos perfis geológicos. Em outras palavras, os dados coletados permitem a criação de modelos tridimensionais que orientam as decisões técnicas e reduzem os riscos de execução.

 

SONDAGENS

Desde o início de 2025, o Metrô já realizou cerca de 700 sondagens, com espaçamento médio de 60 metros. Do mesmo modo, todas as amostras são catalogadas e armazenadas em um galpão técnico localizado no Brás — onde estão preservados registros geológicos acumulados ao longo dos 50 anos de operação da companhia. Juntamente com os estudos de campo, as análises laboratoriais reforçam a precisão dos modelos subterrâneos.
O projeto básico, contratado em fevereiro, deve ser concluído em 2026. Ele definirá os parâmetros técnicos, o cronograma das obras e o modelo econômico do empreendimento. Além disso, incluirá diretrizes de arquitetura, comunicação visual e sistemas elétricos. Por exemplo, a companhia avalia a implantação de um dos pátios de manutenção no terreno da antiga fábrica da Ford, em São Bernardo — área estratégica para a operação da futura linha.

 

LINHA

A Linha 20-Rosa terá 33 quilômetros de extensão, com 24 estações e dois pátios de manutenção. Seu traçado conectará Santo André e São Bernardo do Campo à zona oeste da capital, passando por Lapa, Pinheiros, Vila Olímpia e Moema. Contudo, mais do que uma nova ligação metropolitana, o projeto representa um salto histórico na mobilidade urbana. Quando concluída, a nova linha deverá transportar mais de 1,3 milhão de passageiros por dia, integrando o ABC à rede metroviária e impulsionando o desenvolvimento regional.

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