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Os ‘parentes’ mais famosos do Brasil

Se o IBGE fosse numa escola e fizesse chamada, metade da turma responderia “presente” ao ouvir Silva. A outra metade provavelmente atenderia por Santos, Oliveira ou algum outro sobrenome que soa familiar — porque, convenhamos, no Brasil, a originalidade dos sobrenomes parece ter tirado férias há uns 200 anos.

A lista do IBGE com os sobrenomes mais comuns do país é quase um retrato falado da nossa mistura: Silva, Santos, Oliveira, Souza, Lima, Pereira, Costa, Rodrigues, Almeida e Carvalho — uma verdadeira seleção brasileira da genealogia. Cada um com seu charme e sua história, claro, mas todos com um denominador comum: a chance altíssima de você ter pelo menos um colega de trabalho, vizinho ou ex que compartilha o mesmo sobrenome.

O Silva, por exemplo, é tipo o arroz com feijão dos sobrenomes: está em todo lugar, combina com tudo e dificilmente sai do cardápio. Já o Santos carrega um ar celestial — mas, a julgar pela quantidade de “Santos” nas filas do banco, parece que nem todos são tão angelicais assim. E o Souza, bom… o Souza é aquele que sempre tenta ser diferente, mas acaba escrevendo “Souza” com “z” ou “s” só pra parecer único.

O mais curioso é que, apesar dessa repetição, cada “Silva” jura que a sua família é a Silva original. É quase uma competição de DNA imaginário: “meu tataravô era o verdadeiro Silva, aquele que veio de Portugal em 1820!”. Calma, primo, o importante é que todo mundo está na árvore genealógica da diversidade brasileira — uma floresta, aliás.

No fundo, esses sobrenomes contam mais sobre o Brasil do que muita aula de história: mostram nossas origens coloniais, a mistura de povos e também o quanto somos bons em dar novos significados a velhas tradições.
E quer saber? Pode ter mil “Silvas” e “Santos”, mas cada um traz uma história única. No fim das contas, o Brasil pode até ter sobrenomes repetidos — mas nunca pessoas iguais.

E se o IBGE fizer o mesmo levantamento com nomes, provavelmente teríamos que usar a música de Gilberto Gil, Domingo no Parque:

“O rei da brincadeira ê José; o rei da confusão ê João…”

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