O vereador Caio Salgado (PL), de São Caetano do Sul, membro do Conselho da APAE e representante do movimento APAEano, manifestou preocupação com o Decreto Federal nº 12.686/2025, que cria a Política Nacional de Educação Especial Inclusiva. Para ele, a nova medida, da forma como foi publicada, coloca em risco o trabalho das instituições especializadas, entre elas as APAEs, que há mais de sessenta anos atuam na educação, saúde e inclusão de pessoas com deficiência intelectual e múltipla.
Segundo o parlamentar, o decreto representa um retrocesso, pois enfraquece o papel das escolas e entidades especializadas, reconhecidas em todo o país pelos resultados positivos e pelo compromisso com a causa da inclusão. Caio Salgado defende que o governo revise o texto e passe a reconhecer as instituições de educação especial como parte complementar da educação inclusiva, e não como algo separado do ensino regular.
Ele destaca que a educação especializada complementa, e não substitui, a escola regular. Essa integração, segundo o vereador, é o que garante o desenvolvimento pleno das pessoas com deficiência. Ao priorizar apenas o ensino em classes regulares, o decreto desconsidera essa parceria e afeta diretamente famílias que dependem do suporte técnico, pedagógico e humano oferecido diariamente pelas APAEs.
Com atuação reconhecida nacionalmente, a APAE de São Caetano do Sul realiza milhares de atendimentos nas áreas educacional, terapêutica e social. A instituição conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais qualificados, que trabalham de forma integrada para promover a autonomia e a inclusão de seus atendidos.
Para Caio Salgado, a defesa das APAEs é também uma defesa da inclusão real e efetiva. Ele ressalta que as entidades não competem com as escolas regulares, mas atuam em conjunto, fortalecendo o sistema público de ensino e oferecendo suporte essencial às famílias.
O posicionamento do vereador reforça a importância de manter diálogo e respeito às instituições que há décadas constroem caminhos de inclusão no Brasil. A discussão sobre o decreto, segundo ele, deve ser vista como uma oportunidade para aprimorar as políticas públicas, garantindo que a educação inclusiva seja construída com escuta, sensibilidade e valorização da diversidade.
O debate reacende a necessidade de unir esforços em torno de um modelo educacional mais humano e democrático, que reconheça as diferenças, preserve conquistas históricas e assegure dignidade e oportunidades para todas as pessoas com deficiência.
