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A Solidão do Feio

Solo de Sidney Santiago Kuanza sobre Lima Barreto, e indicado ao Prêmio Shell 2024 na categoria de Melhor Ator, segue em circulação pelos 20 anos da Cia Os Crespos

Um ator em um estúdio improvisado e uma equipe recriam, de forma ficcional, fragmentos da vida e obra do escritor Afonso Henrique de Lima Barreto. Sem compromisso com a cronologia biográfica, Sidney Santiago Kuanza dá vida ao solo performático “A Solidão do Feio” — indicado ao Prêmio Shell 2024 na categoria de Melhor Ator — que desde agosto está em circulação por São Paulo em comemoração dos 20 anos da Cia Os Crespos.

 

Mais do que uma itinerância comemorativa, o projeto propõe um gesto curatorial e pedagógico: levar Lima Barreto a territórios de São Paulo marcados por desigualdades e violências raciais — tensionamentos centrais em sua obra. O solo percorre além da capital de São Paulo, as cidades de Guarujá, São Caetano do Sul, Santo André, Mogi das Cruzes e o Vale do Ribeira, região com forte presença da comunidade quilombola e altos índices de vulnerabilidade social.

“Nosso intuito com esse projeto de circulação é devolver o Lima Barreto como herói nacional a quem de fato lhe é devido: as pessoas mais despossuídas, pobres e marginalizadas. Porque a literatura desse homem teve todo um compromisso com esses grupos. Nosso trabalho é justamente devolver o Lima a esses quilombos, a essas favelas”, afirma Sidney Santiago Kuanza.


Foto: Bob Sousa

Com dramaturgia e atuação de Sidney Santiago Kuanza e direção compartilhada com Gabi Costa, o espetáculo parte de um velório na parte externa do teatro e transita entre diferentes gêneros cênicos para recriar, de forma ficcional e poética, fragmentos da vida e obra do escritor Lima Barreto.

“Quando penso em Lima Barreto, penso em recontar a história de um homem insubmisso, que pensou o seu tempo e o seu país em profundidade”, afirma Sidney Santiago Kuanza.  

Pesquisador do romancista desde 2009, Sidney escolheu ampliar a representação do autor em “A Solidão do Feio”, deslocando-se da biografia comum ao autor, que reduz Lima à um homem pobre e mestiço que foi parar no sanatório por problemas com bebida.

“A Solidão do Feio é o nosso diário aberto de possibilidades para a existência de Lima Barreto. É o nosso e-mail salvo em rascunhos, que sempre que é revisitado, abre uma nova porta”, explica Gabi Costa. 

Foto: Bob Sousa

Projeto

“A Solidão do Feio” é parte de um projeto acerca dos estudos e reflexões sobre as masculinidades negras que, desde 2014, pesquisa os impactos do racismo na psique, afetividade e subjetividade de homens negros. O monólogo integra uma trilogia da Cia Os Crespos, intitulada “Masculinidade & Negritude”, que leva o legado político, artístico e cultural de homens negros aos palcos. Assim como Lima Barreto, João Francisco dos Santos (Madame Satã), e poeta Cruz e Souza são os nomes escolhidos desta cartografia coordenada por Sidney Santiago Kuanza.

Sinopse

Um ator em um estúdio improvisado e uma equipe fazem o exercício ficcional de recriar fragmentos da trajetória da vida e obra do escritor Afonso Henrique de Lima Barreto. O personagem, é contado em primeira pessoa com suas certezas, contradições e sonhos de futuro.

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Foto: Bob Sousa

Lima Barreto (1881-1922)

Importante escritor, jornalista e cartógrafo afro-brasileiro. Sua obra está impregnada de fatos históricos e de uma perspectiva negra diante das evoluções e retrocessos políticos do Brasil. A paisagem da escravidão, do racismo estrutural e das desigualdades sempre estiveram em suas páginas. Lima foi um pensador do seu tempo e de sua terra. Deixou obras célebres da literatura brasileira: “Recordações do escrivão Isaías Caminha” (1909), “Triste Fim de Policarpo Quaresma” (1911), “Clara dos Anjos” (1948) , “Cemitério dos Vivos” entre outras.


Serviço
“A Solidão do Feio”

14 anos | 80 minutos

6ª feira, 31 de outubro às 20h, no Sesc Santo André
Sessão do espetáculo “A Solidão do Feio + Bate Papo” – Fechada para escolas, grupos e entidades sociais e culturais.
Ingressos gratuitos, porém é necessário a reserva através do email de agendamento do Sesc Santo André:
 
Sábado, 01 de novembro, às 19h, no Sesc Santo André
Sessão do espetáculo “A Solidão do Feio” – Aberta para o público.
IngressosPreço: Inteira / Meia / Plena – R$ 50,00 / R$ R$ 25,00 / R$ R$ 15,00
Vendas pelo site do Sesc SP e nas unidades
https://www.sescsp.org.br/programacao/a-solidao-do-feio-9/
 
Sesc Santo André, fica na R. Tamarutaca, 302 – Vila Guiomar, Santo André – SP
Telefone: (11) 4469-1200
Abaixo segue o release completo, com ficha técnica e informações de serviço e o link com fotos de Bob Sousa:

FICHA TÉCNICA:

Concepção e atuação: Sidney Santiago Kuanza

Direção: Gabi Costa e Sidney Santiago Kuanza

Direção de Produção: Rafael Ferro e Sidney Santiago Kuanza

Direção de arte: Jandilson Vieira 

Dramaturgia: Sidney Santiago Kuanza

Dramaturgia de imagens e desenho de som: Eduardo Alves

Operação de som e vídeo: Heron Demetrius e Duque

Iluminação: Denilson Marques

Operação de LuzGuilherme Pereira

Cenografia: Wanderley Wagner

Concepção de Figurino: Sidney Santiago Kuanza

Criação de Figurino especial Lima Barreto: Zebu

Peças acervo: Hilda Marinho

Contrarregra: Fredo Peixoto 

Produção executiva: Jandilson Vieira

Fotografia: Pedro Jackson e Fredo Peixoto

Designer: Irving Bruno 

Aderecista e desenho de traje: Thiago Menezes

Comunicação e Assessoria de imprensa: Pedro Madeira e Rafael Ferro

Jornalista Colaborador: Nabor Júnior

Vozes off: Darília Ferreira, Heitor Goldflus e Pedrão Guimarães

Apoio: Ocupação 9 de Julho e Teatro de Container

Transporte de cenário: Hugo Torrens Soria

A Solidão do Feio - Fotos do Bob Sousa (16) (1).jpg

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