Mesmo com chuvas, nível das represas segue em queda e reacende alerta de crise hídrica na Grande São Paulo
Mesmo com as chuvas que atingem a região desde segunda-feira, o nível do Sistema Integrado Metropolitano registrou nova queda e opera com 27,9% da capacidade, segundo dados divulgados nesta terça-feira (28). O índice representa redução de 0,2 ponto percentual em relação ao dia anterior e mantém o sistema abaixo do patamar de 31,7% registrado em 30 de setembro.
Além disso, o cenário reforça o alerta emitido pelo governo do Estado de São Paulo, que anunciou, na sexta-feira (24), um plano de contingência para o abastecimento de água na Grande São Paulo, diante do risco de uma nova crise hídrica. O ABC Paulista será diretamente impactado pela redução da pressão de água por até 10 horas diárias, medida que busca preservar os mananciais e evitar o agravamento da escassez.
Contudo, o plano — elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística em conjunto com o Comitê Estadual de Mudanças Climáticas — prevê ações graduais de acordo com o nível das represas.
Para coordenar a operação, foram definidas sete faixas de controle, que indicam os procedimentos a serem aplicados conforme o nível dos reservatórios. Nesse sentido, a faixa 3, na qual se encontra o ABC, prevê redução da pressão de água por 10 horas, o que deve resultar na economia de cerca de 8 mil litros por segundo. Ainda mais, as faixas mais críticas incluem reduções de até 16 horas e o uso do volume morto das represas, com priorização para locais essenciais como hospitais, clínicas de hemodiálise, presídios e unidades dos bombeiros.
“A redução na pressão noturna tem contribuído para preservar os mananciais que abastecem a capital e a Grande São Paulo. Desde o início da iniciativa, em 27 de agosto, foram poupados mais de 25 bilhões de litros, o equivalente ao abastecimento, por dois meses, das cidades de São Bernardo, Santo André, Mauá e Diadema”, afirmou a Sabesp, em nota.
