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Mesmo no lazer, tem que existir cuidado

Nada como um passeio ao ar livre, cercado de verde, com o canto dos pássaros ao fundo e a brisa suave no rosto. Parques são espaços que nos oferecem descanso, lazer e aquele contato necessário com a natureza em meio ao ritmo acelerado da cidade.

Mas nem tudo são flores. É justamente nesses locais, que parecem tão seguros, que mora um perigo muitas vezes invisível: os insetos e aracnídeos que transmitem doenças, como os carrapatos.

É comum acharmos que o risco de doenças transmitidas por picadas está restrito a regiões afastadas, zonas rurais ou matas densas. Mas a verdade é que mesmo em parques urbanos o perigo existe. Carrapatos, por exemplo, podem ser encontrados em gramados altos, arbustos ou até mesmo em animais domésticos que circulam por essas áreas. E não estamos falando só de incômodos passageiros, mas de transmissores de doenças graves, como a febre maculosa.

O problema é que muitos ainda subestimam esses riscos. Sentar na grama, deixar o cachorro correr solto, caminhar por trilhas sem muita atenção… tudo isso pode parecer inofensivo, mas pode abrir espaço para um contato direto com esses vetores. A cada ano, casos de doenças transmitidas por carrapatos são registrados no Brasil, inclusive em grandes cidades. Nesta semana, um parque no interior de São Paulo foi interditado após mortes por febre maculosa.

Por isso, é fundamental manter a consciência de que, por mais bonito e bem cuidado que um parque pareça, nenhum lugar está livre 100% dos riscos. A natureza é imprevisível e, junto com sua beleza, traz também seus perigos. E prevenir é sempre o melhor caminho.

Evitar vegetação alta, usar roupas que cubram o corpo, aplicar repelente, checar a pele e o corpo ao voltar do passeio — são cuidados simples, mas que fazem toda a diferença. E isso vale também para nossos animais de estimação, que muitas vezes voltam para casa trazendo esses pequenos parasitas, que podem passar despercebidos até causarem algo mais sério.

O poder público tem, sim, o dever de manter parques limpos, com a vegetação controlada e informações acessíveis. Mas cada visitante também precisa fazer sua parte, adotando hábitos que reduzam os riscos e garantindo que o passeio termine tão leve quanto começou.

Todo cuidado é pouco. A natureza acolhe, mas também exige respeito e atenção. Que possamos aproveitar o melhor que ela oferece, sem esquecer que, por trás de cada árvore e cada gramado, existe um ecossistema inteiro em movimento — e nem tudo ali é inofensivo.

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