“Um grande salto para o mundo; um grande passo para a humanidade.” Parafraseando Neil Armstrong, quando pisou na Lua, o resultado do acordo entre Israel e Hamas mostra que há como conseguir paz na região. Considerado durante anos um barril de pólvora, o Oriente Médio está sempre em ebulição desde que o Estado judeu nasceu, em 1949, sem as determinadas fronteiras com os árabes.
Jerusalém Oriental e Ocidental nunca existiram de fato — só de direito. Assim como a Cisjordânia, que aparece nos mapas, mas não é efetivamente um Estado.
A liberação de 20 reféns israelenses pelo Hamas foi o primeiro passo para que a paz volte a reinar na região. O acordo, intermediado pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e assinado por países da Liga Árabe, mostra que há um esforço para que haja entendimento na questão, que durante anos persiste como um problema crônico por décadas na península.
Sem entrar no mérito das questões históricas, religiosas e culturais, o evento poderia muito bem ter sido resolvido nos idos de 1950, se a ONU não fosse tão benevolente com a invasão de Israel e a proclamação do Estado sem as devidas divisões territoriais pré-estabelecidas.
Passadas décadas de conflitos e brigas, com esparsos intervalos de paz entre elas, quem diria que um homem com uma mentalidade controversa, mas com bom jogo político com Benjamin Netanyahu, pudesse fazer aquilo que muitos presidentes norte-americanos tentaram sem sucesso: um acordo de paz, ou pelo menos um princípio de paz.
Se este de fato durar ou for realmente fixo, só o tempo dirá. Mas o primeiro passo foi dado, e as ações estão se concretizando. Resta saber se a Faixa de Gaza, como diz no memorando, vai se tornar um território autônomo internacional antes de passar para a próxima etapa e ser reconhecida como Estado Palestino.
Também resta saber se, no tal acordo, o Hamas seguirá o caminho das FARC na Colômbia — que deixaram as armas e entraram para a política —, concedendo até a Juan Santos o Prêmio Nobel da Paz pela façanha. Honraria que Trump queria conquistar, mas que ficará apenas no achismo, pois o prêmio a Corina já foi considerado, à época, controverso e político.