Ficção nem sempre se baseia na realidade, mas prende o espectador. Quem lê um livro de suspense parece ficar em transe, querendo saber o final da história. Quem assiste a um filme de terror sofre sustos, mas fica atônito para descobrir o enredo final da trama. E, em novelas, o famoso “quem matou?” vira uma fórmula para mudar o clímax e deixar o suspense para o capítulo final.
Passados 30 anos, o Brasil inteiro viverá a clássica pergunta que mudou a teledramaturgia nacional: “Quem matou Odete Roitman?”.
Se Vale Tudo foi um marco em 1988, alguns acreditam que ela não está tendo o mesmo impacto em 2025. Mudanças em personagens, humanização em outros, enredos modificados, histórias distorcidas — são tantas as reclamações que a autora Manoela Dias parece nem ligar, pois o que ela está fazendo é uma releitura da novela, e não uma reexibição da original, de Gilberto Braga.
Mesmo com tantas críticas e idas e vindas de vários personagens, a novela vem atraindo o público e rendendo bons índices de audiência. Pode não ser aquele sucesso esperado, mas, pelo menos, está sendo um dos melhores do horário, na comparação com as tramas anteriores.
ão tem como fazer uma releitura sem deixar o grande momento de lado. Resta saber quem será o assassino da bilionária. Os suspeitos já foram apresentados ao longo dos capítulos anteriores e, desta vez, a assassina da primeira versão não está entre eles. E, se for alguém fora da lista, realmente Manoela Dias está fazendo uma reviravolta no próprio texto.
Um marco da teledramaturgia que movimentou uma geração volta a fazer sucesso em outra, que só ouviu a frase e que, hoje, sentirá os efeitos daquele de 1988. Se o assassino ou a assassina for um personagem inusitado, será uma grande surpresa para quem aposta nos óbvios. E, se forem um deles, basta ver se haverá alguma bandeira nas próximas cenas.
Vale Tudo novamente marca uma época na história das novelas e, mesmo com alguns achando que a edição de 2025 não deveria ter o nome da anterior, não sabem o que é teledramaturgia brasileira.
