O que muito se discute no mundo pode estar chegando ao fim. Mais uma vez, o Egito será o ponto de partida para um acordo entre árabes e judeus pelo fim de uma guerra que não começou em 7 de outubro de 2023, mas que foi iniciada há 60 anos, com vários capítulos e que, em breve, pode ter o seu desfecho decretado.
Donald Trump e Benjamin Netanyahu podem ser nomes bastante controversos e até exóticos no cenário mundial atual. Porém, a capacidade de diálogo entre os dois e uma boa conexão política entre eles pode fazer com que o Estado da Palestina finalmente saia do papel.
Obviamente, a pressão mundial também contribui, com mais países aceitando a Palestina como uma nação. Ainda assim, a capacidade de diálogo entre os dois é a que mais prevalece neste momento e, nesse cenário de exclusão mundial, principalmente depois de seus discursos na ONU, esse pode ser um ponto-chave para os Estados Unidos retomarem o seu protagonismo dentro da organização.
Fazer de Gaza uma unidade mundial independente, mas controlada por um comitê internacional, pode ter sido uma saída muito bem planejada por Trump e que envolve vários fatores, desde o político até o econômico, passando pelo social.
Escalar Tony Blair para ser uma espécie de primeiro-ministro de Gaza reforça não apenas o lado diplomático do antigo premiê britânico, como também um laço de reaproximação com o continente europeu, principalmente depois das negociações do tarifaço.
Agora, o outro lado da moeda precisa aceitar as condições impostas por Trump no acordo. Resta saber se o Hamas vai concordar com elas ou fazer uma contraproposta — o que não deve ser descartado.
A Península do Sinai ficará pequena demais para os olhares do mundo, mas será de extremo valor se essa negociação der passos importantes.
Se a ONU não fez isso no passado e não teve forças suficientes para fazer agora, coube a um político estrategista e ávido pelo poder construir essa ponte com Israel e tentar a paz na região.
Se ganhará um Nobel ou não é outra história, mas, caso consiga um acordo, Trump ficará marcado nos livros como aquele que deu o pontapé para a criação do Estado da Palestina.