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A preocupação é a disputa “sem adversários”, o que prejudicaria o debate político nas eleições 

No último artigo publicado, “O Xadrez Político de Ribeirão Pires Começa a Ser Montado”, falei sobre os balões de ensaio para o pleito municipal de 2028, que já estão sendo testados aproveitando a oportunidade das eleições legislativas do próximo ano.
Dos principais nomes políticos da cidade, alguns perderam o protagonismo de prefeituráveis ao sequer conseguirem se eleger para uma vaga na Câmara Municipal.
Se a eleição fosse hoje, a disputa seria entre Gabriel Roncon contra quem?
O vácuo de forças políticas na cidade claramente abriria espaços a serem preenchidos. Mas, na atual conjuntura, seriam ocupados por coadjuvantes que ainda não se consolidaram com peso de grupos fortes no município.
Sobre as estratégias, citei a do atual vice-prefeito Rubão, que deve sair candidato a deputado estadual e, assim, aferir seu peso político na cidade, porém de mãos dadas com alguém. Muitos apostam que o rompimento entre Rubão e Guto é apenas um movimento calculado no xadrez político, motivado pela rejeição ao atual prefeito.
Também se autodeclarou pré-candidato para 2028 Davi Caminhões, em um movimento duvidoso, que levanta incertezas sobre qual será, de fato, sua estratégia no tabuleiro da cidade: seria arregimentar espólios — ou seja, lideranças de adversários do governo — para depois direcioná-los ao candidato escolhido por Volpi? Ou seria Rubão, que depende de um bom resultado na eleição para deputado? Ou ainda, arriscar um voo próprio na política, sobrevivendo à exposição máxima de sua vida, algo natural para quem se coloca como homem público?
Nova peça no tabuleiro
Após perceber que há um espaço vazio de forças políticas, Anderson Grecco, filho do ex-prefeito Luiz Carlos Grecco (que governou Ribeirão Pires por dois mandatos), demonstrou preocupação com o risco de surgirem novos grupos políticos sem identidade com a cidade. Agora, avalia trazer o sobrenome e o legado de seu pai para ocupar esse espaço aberto. Seria ele mais um prefeiturável?
Neste contexto, quais as peças saem, entram e permanecem no tabuleiro?
Clóvis Volpi – O eleitorado de Ribeirão Pires se divide entre clovistas e não clovistas. O ex-prefeito detém um público fiel, que ele tentará manter aquecido durante a eleição para deputado estadual.
Clóvis SAI DO TABULEIRO: Ainda que não seja candidato a prefeito (pois pretende se candidatar em Mauá), quer transferir influência e votos para o candidato do grupo.
Guto Volpi – Atual prefeito, carrega hoje forte rejeição de servidores públicos e de parte do eleitorado, mas também conta com apoiadores que lhe garantiram uma reeleição apertada.
Guto SAI DO TABULEIRO: Guto lançaria uma peça apenas para ser abatida? Um candidato para perder para uma oposição bancada por ele mesmo, de forma a manter o grupo político no poder?
Rubão – Vice-prefeito, foi a “noiva que todos queriam” na última eleição. Tê-lo como aliado, significava enfraquecer o adversário. Mas, Volpi acertou em mantê-lo ao lado, pois, numa vitória apertada, se Rubão tivesse apoiado o opositor, o prefeito hoje seria outro.
Rubão ENTRA NO TABULEIRO: Rubão poderá se tornar peça de oposição, mas de mãos dadas com o governo, para isso, depende de bom desempenho na eleição para deputado (desempenho, não vitória), podendo, quem sabe, contar com o apoio de Davi Caminhões, que é a carta coringa, ou no xadrez, a peça que pode ser dama, torre, bispo ou cavalo, é o poder financeiro de qualquer campanha.
Davi Caminhões – Sempre esteve alinhado aos governos do atual grupo político e nunca disputou uma eleição. Hoje, é um pré-candidato declarado, mas sem votos.
Davi ENTRA NO TABULEIRO: Seria a peça que vem desmontando o time dos adversários? Ou uma cortina de fumaça? Pode ele lançar candidatura caso as pesquisas indiquem que tem força para atrapalhar o opositor, uma terceira ou quarta via, apenas para tumultuar o jogo, enquanto nos bastidores daria as mãos ao candidato escolhido por Volpi? Ou simplesmente não se candidataria e apoiaria diretamente o nome indicado pelo governo?
Anderson Grecco – Está observando qual lugar lhe cabe no tabuleiro. Na última eleição apoiou Gabriel Roncon; antes, foi secretário de Guto Volpi. Boa parte dos eleitores de Clóvis Volpi nutre respeito por seu pai, Luiz Carlos Grecco, que também desfruta da simpatia dos eleitores dos demais adversários.
Grecco QUER ENTRAR: Anderson ainda precisa organizar suas peças. Com eleitores observando a falta de opções, numa eleição sem nomes tradicionais polarizando, pode emergir como alternativa. Será ele o projeto político ou apenas parte de um projeto?
Ricardo Abílio – Fez seu voo inaugural na última eleição. Foi secretário em Rio Grande da Serra e em Mogi das Cruzes. Coadjuvante no pleito passado, aposta agora na candidatura a deputado para fortalecer seu nome.
Abílio FICA NO TABULEIRO: Quando concorreu a prefeito na última eleição, pouco antes, ele era secretário de finanças na prefeitura de Mogi das Cruzes. Agora, novamente como secretário de finanças, mas em Rio Grande da Serra, concorrerá a deputado estadual, para manter o nome na lembrança dos eleitores de Ribeirão Pires.
D’orto NA CAIXA DE PEÇAS, pode estar aguardando uma decisão futura, tem votos, une capital político e financeiro, Amigão D’Orto, que por ora se dedica aos negócios da família, sempre decidiu entrar no jogo próximo do início. Se até lá mantiver o afastamento, seu apoio continua valioso para quem o conquistar.


Walter Estevam Jr
Jornal ABC Repórter – EcoTV/NET ABC
Rede NGT – Rede Opinião – Revista Empresário
42216787  –  96589-1878 – www.jornalabcreporter.com.br
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