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São Caetano registra saldo de 767 empregos de carteira assinada em agosto

A expansão do emprego ocorre na base da pirâmide educacional, enquanto as vagas qualificadas são suprimidas, aponta o professor Bruno Castro do Centro Paula Souza.

São Caetano do Sul registrou 767 empregos com carteira assinada no mês de agosto, segundo dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgados na última segunda-feira (29) pelo Ministro Luiz Marinho.

Os dados foram organizados e analisados por Bruno Castro, professor de gestão do Centro Paula Souza e pesquisador convidado do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da USCS.

A pesquisa de monitoramento do mercado de trabalho formal na cidade de São Caetano do Sul serve como um termômetro para compreender o perfil e a dinâmica das admissões e demissões dos respectivos setores econômicos no município, sendo essencial para orientar políticas públicas, investimentos privados e estratégias de desenvolvimento na cidade, comenta o professor.

O setor de Serviços registrou saldo positivo de empregos com carteira assinada na cidade, com saldo de 482 vínculos formais. As vagas concentraram-se no setor de hotelaria e alimentação, como serviços de catering e buffet. Notou-se um saldo relevante para a contratação de cozinheiros, uma movimentação atípica, visto que a cidade não possui vocação de matriz gastronômica, afirma Castro.  A rotatividade dos trabalhadores no setor serviços é de 14,6 meses.

O setor do Comércio apresentou um saldo positivo de 135 empregos formais, com destaque para o comércio de reparação de veículos automotores e motocicletas. A rotatividade dos trabalhadores no setor do comércio é de 17,3 meses.

O setor da Indústria apresentou um saldo positivo de 103 empregos formais, com destaque para fábrica de móveis e por trabalhadores de funções transversais. O setor apresenta o menor índice de rotatividade dos trabalhadores entre os setores (33,5 meses), o que pode ser explicado por maiores salários e melhores pacotes de benefícios, explica o professor.

O setor da Construção apresentou saldo positivo de 47 empregos formais, com destaque para instalação e manutenção elétrica de trabalhadores da construção civil e obras públicas. A rotatividade dos trabalhadores no setor da Construção é de 12,9 meses.

No saldo por sexo, a criação de empregos formais foi impulsionada pela mão de obra feminina. As mulheres responderam por um saldo líquido de 788 postos de trabalhos formais, enquanto os homens registraram um saldo negativo de 21.

No saldo por escolaridade, o grau de ensino médio completo foi o principal motor da empregabilidade no mês de agosto, com um saldo positivo de 554. Já o ensino superior apresentou uma destruição de 25 vagas.

No saldo por faixa etária, a juventude continua sendo o principal vetor do crescimento. O dado proeminente é a massiva concentração de vagas na faixa de 18 a 24 anos, que registrou um saldo de 296 empregos formais.

Segundo o Professor Bruno Castro, a preferência do mercado pela contratação de jovens pode indicar uma busca por menores custos salariais e maior adaptabilidade às novas tecnologias.

No acumulado de oito meses, foram registradas 47.010 admissões, 43.395 desligamentos e um saldo positivo de 3.615 novos empregos formais. Já o saldo acumulado dos últimos 12 meses (de setembro de 2024 até agosto de 2025) é de 1.707.

Na comparação com agosto de 2024, houve um crescimento de aproximadamente de 4,35% na geração de novos postos de trabalhos formais, 32 novos postos de trabalhos a mais em números absolutos.

Além disso, a cidade registrou no mês de agosto a abertura de 250 microempreendedores individuais, sendo que 164 MEIs foram extintos, totalizando 13.726 microempreendedores ativos em 2025.

Entusiasta sobre empreendedorismo, o professor Bruno Castro alerta sobre o romantismo que permeia o empreendedorismo e a pejotização no mercado de trabalho.

“Setores econômicos vendem a ideia de autonomia e flexibilidade com roupagem de empreendedorismo. Ser dono do próprio negócio ou do seu tempo é encantador. É uma ideia que vende! A curto prazo é tudo muito lindo, mas a longo prazo traz prejuízos na previdência social e no fundo de garantia dos trabalhadores. Uma coisa é ser empreendedor, outra coisa é ser explorado. Temos que saber separar as coisas”, comenta Castro.

 

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