A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo e secretário de Administração de Praia Grande, Ruy Ferraz Fontes, 63 anos, teve participação direta do PCC – Primeiro Comando da Capital. A afirmação é do secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, que em coletiva nesta quinta-feira (18) detalhou a investigação e revelou a identidade de três envolvidos já apontados como suspeitos.
Além disso, Derrite informou que a Justiça decretou a prisão temporária de dois homens: Flávio Henrique Ferreira de Souza, de 24 anos, e Felipe Avelino da Silva, conhecido como “Mascherano”. Este último é apontado como integrante do PCC no ABC, onde exerceria a função de “disciplina”, responsável por impor regras e determinar punições dentro da facção criminosa.
Ainda mais, o secretário destacou que Felipe Avelino já cumpriu pena de seis anos de prisão e possui duas passagens por roubo e duas por tráfico de drogas. “Que há participação do crime organizado, para nós, não resta dúvida, por conta principalmente do Mascherano, que pertence ao PCC”, declarou Derrite.
Contudo, o chefe da Segurança admitiu que ainda não há clareza sobre a motivação do crime. A investigação avalia se a execução foi consequência do histórico de Ruy Ferraz no combate à facção durante sua carreira na Polícia Civil ou se estaria relacionada à sua atuação como secretário municipal em Praia Grande.
Do mesmo modo, um terceiro nome surgiu nas apurações: Dahesly Oliveira Pires, de 25 anos, moradora de Diadema, também foi detida por envolvimento na morte. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, a jovem, que já havia sido presa por tráfico de drogas, alegou em depoimento que teria recebido a missão de buscar um pacote na Baixada Santista, mas disse não saber do conteúdo.
Ainda assim, relatórios de inteligência da Polícia Civil e da Polícia Militar apontam que Felipe Avelino teria papel estratégico dentro da facção, reforçando a linha de investigação sobre a participação do PCC na emboscada ocorrida na última segunda-feira (15).
Nesse sentido, as autoridades seguem em busca de esclarecer a motivação do crime e a eventual participação de outros envolvidos.
