A Polícia Civil de São Paulo identificou o segundo suspeito de envolvimento na execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros no início da noite de segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral paulista. Além disso, o secretário de SSP – Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, afirmou que solicitará a prisão temporária dos dois investigados.
“Seguimos com todas as polícias empenhadas nesse caso, para que os culpados sejam punidos”, declarou Derrite em suas redes sociais. Ainda mais, o secretário reforçou que a divulgação de informações adicionais sobre a ligação do crime com o PCC – Primeiro Comando da Capital ocorrerá “em momento oportuno”.
Na manhã de ontem, Derrite já havia confirmado a identificação do primeiro suspeito, ressaltando que ele tem diversas passagens criminais e já havia sido apreendido quando menor de idade. Contudo, segundo o secretário-adjunto da SSP, Osvaldo Nico, esse indivíduo não seria um dos atiradores, e a polícia ainda apura qual foi sua participação na execução.
As investigações se baseiam em imagens de câmeras de segurança que flagraram a emboscada. De acordo com os registros, os criminosos estacionaram um carro nas proximidades da Prefeitura de Praia Grande às 18h02. Do mesmo modo, 14 minutos depois, o veículo conduzido por Ruy passou ao lado do grupo e foi alvejado por disparos. O ex-delegado tentou fugir, mas, após percorrer cerca de 2,5 km e colidir com um ônibus, acabou sendo executado com mais de 20 tiros.
Durante o ataque, duas pessoas que estavam próximas ficaram feridas. Segundo a Prefeitura de Praia Grande, uma mulher sofreu apenas ferimentos leves, enquanto um homem permanece internado sem risco de morte no Hospital Municipal Irmã Dulce. Ainda assim, as autoridades não descartam a hipótese de envolvimento de agentes públicos no crime, dada a sofisticação da ação criminosa.
O Sindpesp – Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo emitiu nota em que classificou o crime como “uma grande afronta às Forças de Segurança, à máquina pública e ao Estado de São Paulo”. Em outras palavras, para a entidade, a morte de Ruy Ferraz revela falhas na valorização da Polícia Civil. “A ação que resultou na execução de Ruy Ferraz Fontes escancara a forma como o Governo do Estado de São Paulo cuida de seus policiais mais dedicados”, destacou o sindicato.
Ruy Ferraz Fontes tinha 63 anos, era morador de São Caetano e possuía forte ligação com o ABC. Ele ingressou na Polícia Civil em 1988, atuou em diversos setores da instituição e foi delegado-geral entre 2019 e 2022. Bem como na carreira policial, também atuou como docente, sendo professor de Investigação Policial na Academia da Polícia Civil. Atualmente aposentado, exercia o cargo de secretário municipal de Administração da Prefeitura de Praia Grande.