Neste domingo, São Paulo se despede da segunda edição do The Town, um festival que entrou para o calendário cultural e econômico da cidade com o peso de um verdadeiro gigante. Durante seus dias de realização, o evento não apenas atraiu multidões em busca de música, cultura e entretenimento, mas também movimentou profundamente a economia paulistana, gerando um impacto estimado em R$ 2,2 bilhões. Um número expressivo que reafirma uma verdade muitas vezes subestimada: grandes eventos são motores potentes de desenvolvimento urbano, econômico e social.
Capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, pela infraestrutura, diversidade e capacidade de receber multidões, são palcos naturais para megafestivais. O The Town, inspirado e produzido pelos mesmos criadores do consagrado Rock in Rio, herda não apenas a grandiosidade do “irmão mais velho”, mas também sua capacidade de transformar a cidade que o acolhe. O Rock in Rio, com mais de 35 anos de história, é um marco internacional. O festival projetou o Rio de Janeiro no cenário global como uma capital da música e do turismo de entretenimento, tornando-se um modelo de como eventos podem ser vetores de transformação.
Seguindo essa trilha, o The Town já mostrou em São Paulo sua força. Mais do que shows e espetáculos, ele ativou uma cadeia complexa de serviços: hotéis lotados, bares e restaurantes com movimento acima da média, transporte público reforçado, aplicativos de mobilidade em alta, comércio aquecido. O reflexo é direto em milhares de empregos temporários e oportunidades que vão do ambulante ao técnico de som, do motorista de aplicativo ao guia turístico.
O impacto, no entanto, vai além do aspecto econômico imediato. Grandes eventos contribuem para a projeção internacional das cidades, fortalecem a imagem do Brasil como destino turístico e cultural, além de fomentar o sentimento de pertencimento e orgulho local. São ocasiões em que a cidade se reinventa, se prepara para receber o mundo e se reconhece em sua pluralidade.
Em um momento em que o país busca caminhos sustentáveis de crescimento, investir em políticas públicas que incentivem a realização de eventos dessa magnitude é estratégico. É preciso visão de longo prazo: melhorar infraestrutura, segurança, transporte e serviços pensando na capacidade de acolhimento. Cada real investido em eventos bem organizados retorna multiplicado em geração de renda, movimentação econômica e valorização urbana.
Ao promover experiências memoráveis, esses festivais constroem pontes entre o entretenimento e a cidadania. São exemplos concretos de como cultura e economia podem caminhar juntas, beneficiando não apenas quem consome, mas toda a engrenagem social que torna o espetáculo possível. A lição que o The Town deixa para São Paulo é clara: quando bem planejados, os grandes eventos não são apenas festas. São políticas de desenvolvimento que transformam cidades, geram oportunidades e projetam o Brasil que queremos ver no mundo.