Quantos acidentes mais precisarão acontecer até que o poder público olhe com a devida atenção para o trecho que liga Santo André a Mauá pelo bairro Recreio da Borda do Campo? A cada semana, motoristas e moradores convivem com curvas acentuadas, falta de guarda corpo ou murtas de contensão, iluminação precária, sinalização insuficiente e um asfalto marcado por buracos. Um cenário que transforma uma rota de quase 4 km em um verdadeiro desafio para quem precisa se deslocar diariamente.
Na noite de ontem, mais um acidente grave: um carro caiu em uma vala logo no início da Rua Leão Marinho (altura do número 1004), ponto reconhecido como o mais crítico do trajeto. Por sorte, não houve vítimas fatais desta vez. Mas até quando a sorte será suficiente?
Tráfego intenso em condições precárias
Estamos falando de um caminho por onde circulam, em média, 1.390 veículos por dia, praticamente um carro por minuto. Um fluxo expressivo para uma via que não oferece a mínima infraestrutura de segurança. O poder público não pode tratar como “incidentes isolados” o que já se tornou rotina.
A solução está na mesa: reabrir a Estrada do Sertãozinho
Não se trata apenas de remendos no asfalto ou postes de luz. Existe uma solução viável e estratégica que precisa voltar à pauta: a reabertura da Estrada do Sertãozinho, interditada em 2010. São apenas 1,7 km de extensão, em linha quase reta, conectando Santo André à Avenida Papa João XXIII, em Mauá, de forma mais segura e eficiente.
Com o desenvolvimento tecnológico e o amplo monitoramento que hoje pode ser aplicado em vias públicas, a reabertura não representa risco ambiental inevitável. Pelo contrário: se feita de maneira planejada, pode trazer fluidez ao trânsito, reduzir drasticamente os acidentes e devolver tranquilidade a quem depende desse deslocamento.
Ignorar a gravidade do problema é condenar motoristas e famílias a viver sob constante ameaça. Quantos relatórios de acidentes, quantas manchetes e quantas vidas precisam ser colocadas em risco para que se adote uma solução definitiva?
A população do Recreio da Borda do Campo e de todo o entorno não pede luxo. Pede apenas o direito de ir e vir com segurança. Está nas mãos do poder público, agora, decidir se continuará assistindo aos acidentes ou se terá coragem de enfrentar o problema de frente.