No dia 19 de agosto, o vereador João Viana – Cidadania, apresentou um pedido de CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar contratos firmados pela Prefeitura de São Bernardo nos últimos cinco anos. Além disso, a proposta incluía a apuração de um suposto esquema de corrupção envolvendo o prefeito afastado Marcelo Lima – Podemos.
Requerimentos
Contudo, apesar do pedido inicial de Viana, outro requerimento foi colocado em pauta e acabou sendo aprovado pelos vereadores. Nesse sentido, dois parlamentares se candidataram para presidir a comissão: João Viana e Julinho Fuzari – Cidadania. Ainda mais, a disputa ganhou contornos políticos, já que Viana é aliado do deputado federal Alex Manente – Cidadania, opositor de Lima, enquanto Fuzari é líder do governo na Câmara.
“É estranho o governo querer investigar o próprio governo agora. Mas existe, sim, uma necessidade muito grande de transparência e de protagonismo da Câmara nessas investigações, para auxiliar o trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público”, declarou Viana. Em outras palavras, o vereador criticou a tentativa da base governista de controlar o inquérito.
Além disso, o parlamentar destacou que o atual Regimento Interno da Câmara de São Bernardo só permite a instalação de duas CPIs simultaneamente, o que já ocorre com a CPI da Enel e a CPI da Emae. “Meu projeto permite que até cinco CPIs sejam abertas ao mesmo tempo. Porém, qualquer CPI que tenha assinaturas, mas não tenha mobilização, será automaticamente extinta. A ideia é impedir que CPIs sejam criadas apenas para travar outras”, explicou.
CPIs
Ainda assim, Viana lembrou que a mesma situação já havia ocorrido no início de seu mandato, quando tentou instaurar a CPI do Hospital da Mulher. “Na época em que comecei a colher assinaturas, o próprio governo apresentou dois pedidos de CPI. Essas CPIs nunca realizaram uma única reunião. Para mim, isso comprova que foram abertas apenas para obstruir a CPI do Hospital da Mulher”, completou.
Do mesmo modo, ele destacou que a atual CPI para investigar o governo também sofre com a falta de mobilização. “Infelizmente, a mobilização pela CPI não vem da base do governo. Até agora, não fizeram nada”, afirmou.
Expectativa
Apesar disso, Viana disse que seguirá atuando. “As expectativas, portanto, não são positivas. Ainda assim, o meu trabalho vai continuar, com novos projetos e cobranças. Na minha opinião, cada dia em que essa organização criminosa, apontada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, continua atuando, significa mais dinheiro deixando de ser investido em medicamentos, em segurança e em obras para a população”, concluiu.
