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Grupos em UBSs de São Bernardo ajudam quem quer parar de fumar
Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, lembra os riscos da prática para a saúde de jovens e crianças
Dia 29 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Quem tomou a decisão de abandonar o vício e precisa de ajuda, ou quem ainda não decidiu e mesmo assim, quer esse empurrão para conseguir, tem como apoio os grupos de cessação do tabagismo das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de São Bernardo.
Instituídos há mais de 15 anos, as turmas realizam encontros semanais e incluem consulta médica de avaliação e dinâmicas que proporcionam reflexão sobre saúde, convívio social e qualidade de vida, realizados por profissionais de diversas categorias profissionais.
A diretora do Departamento de Atenção Básica e Gestão do Cuidado da Secretaria de Saúde de São Bernardo, Andressa Meloni Ruiz, explica que os Grupos de Cessação ao Tabagismo são ferramentas que compõem a Convenção-Quadro Sobre Controle do Uso do Tabaco (CQCT) da Organização Mundial de Saúde (OMS), tratado internacional de saúde pública que tem por objetivo “proteger as gerações presentes e futuras das devastadoras consequências sanitárias, sociais, ambientais e econômicas geradas pelo consumo e pela exposição à fumaça do tabaco”, instituído no Brasil em 2005.
Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o fumo está associado ao aumento nos casos de doenças cardíacas, AVC (acidente vascular cerebral), câncer de pulmão e doenças pulmonares obstrutivas crônicas, além de trazer consequências econômicas importantes com o tratamento de doenças tabaco-relacionadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Coordenadora técnica da UBS Baeta Neves, Alessandra Lazzarete Santos é uma das primeiras profissionais da rede a realizar o curso no antigo Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), serviço do Governo do Estado de São Paulo que atuava na definição de políticas públicas para promoção de saúde, prevenção e tratamento dos transtornos decorrentes do uso indevido de substâncias psicoativas. Atualmente, o serviço se chama Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas.
“Um grupo de profissionais de saúde fez o curso e passou a atuar como matriciadores, ou seja, treinando os novos profissionais para que eles também pudessem atuar nos grupos de cessação de tabagismo”, explicou. Com vasta experiência na atuação com pessoas que estão tentando parar de fumar, a Coordenadora alerta que durante os grupos, não adianta focar apenas nos problemas de saúde que o fumo causa. “Isso essas pessoas já sabem. É importante falarmos no que essa pessoa ganha em termos de qualidade de vida, disposição, convívio social e até financeiramente”, relata.
APOIO – “Os grupos ajudam as pessoas a trocar experiências, a se apoiarem na decisão de parar de fumar. Não há julgamento, apenas apoio para que todos consigam alcançar o objetivo de ter uma vida mais saudável”, pontuou Alessandra. Os grupos também recebem pessoas que querem parar de fumar os cigarros eletrônicos, também conhecidos como pods ou vapes. “Esses dispositivos são ainda mais prejudiciais do que cigarros convencionais, porque não é possível saber nem quais são as substâncias que eles têm, além da nicotina, que é altamente viciante”, acrescentou.
Atualmente, cerca de 250 pessoas fazem parte de grupos de cessação de tabagismo em 20 UBSs, que podem ter de quatro a até 12 encontros, semanais, quinzenais e mensais. O tratamento inclui uso de medicações e adesivos de nicotina, em alguns casos. O acompanhamento ao final do grupo é de um ano. “Em média, em torno de 15% das pessoas voltam a fumar e retornam aos grupos em um ano e por isso esse acompanhamento é tão importante”, complementa a coordenadora.
Quem quiser fazer parte de um dos grupos de cessação de tabagismo pode procurar a sua UBS de referência. Caso não haja grupo ativo, o munícipe será encaminhado para uma unidade próxima. A relação de endereços e telefones está disponível no link https://portalsaude.
