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Parceria com Bristol coloca USCS na vanguarda da pesquisa sobre câncer raro

Projeto conjunto investiga metabolismo celular para identificar vulnerabilidades do HTLV-1 e criar terapias

A USCS – Universidade Municipal de São Caetano do Sul deu mais um passo no fortalecimento de sua atuação científica ao receber pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, para desenvolver um estudo inédito sobre a leucemia-linfoma de células T adultas (ATLL), doença causada pelo vírus HTLV-1. A equipe britânica chegou ao Brasil em 19 de agosto e, durante duas semanas, compartilha com professores e estudantes da instituição técnicas inéditas de pesquisa.

Além disso, a iniciativa é fruto de um edital lançado pela Royal Society, agência de fomento britânica, que abriu em outubro de 2023 oportunidade para financiamento de projetos inovadores. Nesse sentido, a proposta foi submetida em conjunto pela pesquisadora da USCS, Profª Sheila de Oliveira Garcia Mateos, e pelo virologista Dr. Iart Luca Shytaj, da Universidade de Bristol.

O projeto, iniciado oficialmente em fevereiro deste ano, reúne atividades práticas, treinamentos e desenvolvimento de metodologias ainda pouco exploradas no Brasil. Ainda mais, a presença da pesquisadora Dra. Lara Gallucci, também da Universidade de Bristol e integrante do programa internacional Marie Curie Research, fortalece a transferência de conhecimento entre os laboratórios das duas universidades.

De acordo com a pesquisa, o foco é compreender como células infectadas pelo HTLV-1 apresentam metabolismo acelerado em comparação às células saudáveis, consumindo mais energia e favorecendo o avanço da doença. “Essa iniciativa não só busca desenvolver tratamentos mais eficazes para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, mas também fortalece a pesquisa científica no Brasil, promovendo avanços na luta contra essa doença devastadora”, explicou a pesquisadora Sheila Mateos, que lidera o estudo no país.

Contudo, o desafio é grande, já que o HTLV-1 permanece pouco conhecido pelo público e pela comunidade científica, mesmo com sua agressividade. “Para nós, esta colaboração é muito importante, pois o vírus tem sido incompreendido por muitos anos e, por meio desse estudo, financiado pela Royal Society, estamos tentando desenvolver novos tratamentos juntos”, destacou o pesquisador Iart Luca Shytaj, da Universidade de Bristol.
O estudo se diferencia por introduzir no Brasil uma técnica inovadora de análise de metabólitos em células CD4, viabilizada pelo treinamento oferecido pelos cientistas britânicos. Em outras palavras, a USCS passa a dominar a chamada metabolômica, essencial para mapear moléculas-chave e, futuramente, testar possíveis alvos terapêuticos. “Essa transferência de conhecimento fortalece a infraestrutura de pesquisa local, permitindo avanços significativos no desenvolvimento de novos tratamentos para doenças associadas ao vírus HTLV-1”, completou Sheila.

Juntamente com os avanços técnicos, a USCS destaca que a realização de projetos desse porte depende fortemente de recursos de fomento nacionais e internacionais. “Projetos como este são possíveis graças à visão da Universidade em estruturar centros de pesquisa e laboratórios com financiamento por meio de editais junto aos órgãos oficiais de fomento. No caso da USCS, a Finep subsidiou grande parte da estrutura do Centro de Inovação Inova USCS. Já este projeto ocorre graças à Royal Society, entidade britânica que financia o estudo”, afirmou a Pró-Reitora de Extensão da USCS, Profª Maria do Carmo Romeiro.
Todavia, os ganhos não se limitam às descobertas científicas. Para Sheila Mateos, a participação direta dos estudantes é um dos pontos altos do trabalho. “O mais especial desse projeto é o papel dos nossos estudantes, que vão estar de mãos na massa em cada etapa. Eles não só vão aprender ciência de ponta, mas também vão entender como um projeto de pesquisa ganha vida, trabalhando lado a lado com cientistas internacionais. Essa troca de ideias mostra como parcerias podem transformar a forma como a gente faz ciência e abrir portas para o futuro desses jovens”,

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