Longe de serem meros inconvenientes, as ondas gigantes e o avanço do mar sobre a orla causam danos profundos e duradouros, comprometendo a infraestrutura urbana, a economia local e até mesmo a segurança e o bem-estar dos cidadãos.
Um dos perigos mais visíveis das ressacas é a destruição da infraestrutura costeira. Calçadões são pulverizados, quiosques arrastados e ciclovias viram escombros em questão de horas. A força do oceano é implacável, e a reconstrução desses equipamentos exige vultosos investimentos públicos, desviando recursos que poderiam ser aplicados em outras áreas essenciais da cidade.
Além disso, a ressaca frequentemente danifica redes de esgoto e tubulações, resultando em vazamentos e contaminação ambiental, com sérias consequências para a saúde pública e para os ecossistemas marinhos.
A economia local sofre um golpe direto. Cidades costeiras, especialmente aquelas com forte apelo turístico, dependem vitalmente de suas praias e estruturas de lazer. Com a orla destruída e a interdição de áreas afetadas, o fluxo de turistas diminui drasticamente, impactando hotéis, restaurantes, bares e o comércio em geral.
A segurança dos cidadãos é outro ponto crítico. As ondas gigantes e o repuxo podem arrastar pessoas para o mar, resultando em afogamentos ou ferimentos graves. A interdição de áreas costeiras é fundamental, mas nem sempre é respeitada, colocando vidas em risco.
Além disso, a ressaca pode provocar o colapso de estruturas à beira-mar, como muros de contenção e edificações antigas, representando perigo iminente para moradores e pedestres.
Do ponto de vista ambiental, as ressacas aceleram a erosão costeira, um processo natural que é intensificado pela ação humana e pelas mudanças climáticas. Cada evento remove toneladas de areia, alterando a linha da costa e expondo áreas antes protegidas à fúria do mar.
Isso impacta a biodiversidade local, destruindo ninhos de aves marinhas e habitats de espécies costeiras. O lixo e os detritos arrastados para o mar pela ressaca, ou trazidos de volta à praia, também contribuem para a poluição, com consequências de longo prazo para os oceanos.
As ressacas não são apenas eventos isolados; elas são um lembrete contundente da fragilidade de nossas cidades diante das forças da natureza e das mudanças climáticas.
