Fator que compromete, há meses, o desenvolvimento econômico nacional, os juros elevados – hoje no altíssimo patamar de 15% ao ano, que equivale a uma taxa real de juros de 8,65%, a segunda maior do planeta – têm sido determinantes para ‘frear’ o ímpeto da indústria, cujas condições financeiras exibiram trajetória de degradação no primeiro trimestre do ano (1T25).
Nesse cenário adverso, constante do estudo Sondagem Industrial – divulgado, na última sexta-feira (18), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) – os empresários apuram margens de lucro mais estreitas, entraves de acesso ao crédito, além de fragilidade da demanda e alta carga tributária.
Em decorrência, o índice de insatisfação dos industriais recuou 0,4 ponto, ao passar de 48,8 pontos para 48,4 pontos, patamar que se distancia, ainda mais, da linha de 50 pontos, indicando retração.
Para o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, “a piora das condições financeiras das empresas reflete a desaceleração da economia e os juros altos. Essa combinação prejudica o faturamento e aumenta alguns custos para a indústria, o que faz com que os empresários sintam um aperto financeiro cada vez maior”.
Outra variável que atesta a tendência regressiva é o índice de satisfação do empresariado com o lucro operacional, cuja queda foi mais acentuada, de 1 ponto, ao descer de 43,8 pontos para 42,8 pontos, o que reforça o estado de insatisfação.
De igual modo, o índice de facilidade ao acesso ao crédito baixou 0,5 ponto, indo a 39,9 pontos, o que retrata problemas crescentes para obtenção de financiamento.
Fechando o rol de indicadores negativos, o índice de evolução do preço médio das matérias-primas caiu 5,4 pontos, para o nível de 57 pontos que, embora se mantenha acima do viés positivo (acima dos 50 pontos), descreveu avanço menor, ante o igual período de 2024.
Quando consultados sobre os três principais problemas apresentados na atividade, 36,7% dos industriais ‘elegeram’ a carga tributária (equivalente hoje a 32,32% do PIB ou aproximadamente R$ 969,6 bilhões), seguido das taxas de juros, para 29,5% deles.