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Burnout, estresse e assédio: Quando o trabalho adoece, quem paga a conta?

Munick Rabuscky Davanzo

 

Metas impossíveis, prazos apertadíssimos, reuniões intermináveis uma seguida da outra, ambiente hostil e psicologicamente inseguro. Sem falar que a maioria das pessoas não consegue se desligar do trabalho, mesmo fora dele, recebendo e respondendo mensagens e e-mails em horário em que deveriam estar descansando.

O mundo corporativo tem dado sinais de que adoeceu e não é de hoje. A saúde mental e física de colaboradores tem sido afetada “democraticamente” desde o trabalhador da base até os diretores, ninguém escapa do acumulado de apertos que se tornou o cenário empresarial.

Segundo dados da ONU no Brasil os benefícios por incapacidade temporária associados à saúde mental no trabalho mais do que dobraram no último biênio, passando de 201 mil em 2022 para 472 mil em 2024 (aumento de 134%). Sendo, portanto, uma realidade que não pode mais ser ignorada, afinal de contas estima-se que passamos um terço de nossas vidas no trabalho.

A pergunta que fica é: quem paga essa conta? E a resposta é: todos nós. O governo – através do pagamento de benefícios e os gastos com o sistema público de saúde – as empresas – com as possíveis indenizações na justiça, bem como com a diminuição da qualidade do serviço prestado por seus funcionários – e os trabalhadores – com a sua própria saúde, o impacto em sua carreira e vida pessoal e ainda com a compra de medicamentos.

Se as várias esferas da sociedade não se unirem em prol de encontrar e aplicar soluções possíveis e justas para tornar o ambiente de trabalho mais saudável e seguro, a crise da saúde mental dos trabalhadores brasileiros só tende a piorar, impactando não só a saúde, mas também as finanças, o desenvolvimento e o ambiente familiar de todo um país.

Pensando nisso, e a fim de contribuir com o debate, análise e sugestões sobre esse tema, esta coluna apresentará nas próximas semanas os vários aspectos sobre o problema e seus agentes, e ainda irá propor soluções.

Te aguardo na semana que vem.

 

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