As férias de julho chegaram, e muitas pessoas já têm se organizado para esse momento de descanso. Mas afinal, o que seria esse descanso? Viajar? Dormir mais? Ou apenas desacelerar? De qualquer modo, esse recesso não é apenas merecido, mas necessário também. É importante frisar que férias não é descanso, mas, uma parada para desopilar. As férias tendem a cansar mais o cérebro do que descansar. A função das férias é, mudar o foco para algo menos entediante e prazeroso.
“Para descansar genuinamente, física e mental, só se consegue por meio do sono reparador, e o cérebro durante o sono passa por processos cruciais de consolidação de memórias, eliminação de toxinas e restauração da função cerebral, o que impacta diretamente no desempenho diário”, explica o especialista em Comportamento Humano e Primazia da Gestão, Orlando Pavani Júnior.
Segundo uma pesquisa da American Psychological Association, mais da metade das pessoas percebe ganhos significativos ao tirar férias — como aumento de energia e redução do distresse. Após o período de descanso, 68% dos entrevistados relataram sentir-se mais bem-humorados, motivados e tranquilos.
Isso tem uma explicação: nosso cérebro, sozinho, consome cerca de 20% da energia do corpo de uma pessoa normal e funciona de maneira mais eficiente quando alterna momentos de esforço com pausas regulares em vigília (mas isso só para algumas pessoas). Nessas pausas de divagação mental (sem dormir), entra em cena uma rede neural chamada Default Mode Network (DMN), que favorece a memória imaginativa, processamento de informações autobiográficas (pensar sobre si mesmo) e interações sociais, embora a DMN prejudique bastante o nível de atenção.
Então, para quem não consegue viajar, pequenas pausas também são válidas: desligar notificações, sair da rotina, aproveitar momentos de lazer em casa ou na própria cidade são atividades que já ajudam a mente a mudar o foco.
Estar no ritmo frenético da rotina de trabalho, pode afetar não apenas a saúde física e emocional, como também as relações interpessoais, seja pelo distresse, mal humor, ou excesso de tarefas que acabam sobrecarregando o estado mental. Segundo Pavani, a falta de sono reparador pode dificultar a concentração e foco, prejudicar a capacidade de absorção de aprendizado, aumentar o risco de erros e acidentes como também atrapalhar as relações interpessoais de qualquer natureza, causado pelo mau humor e o mal-estar.
Em um cenário onde o celular virou extensão do corpo e as redes sociais disputam nossa atenção a cada segundo, parar de verdade acabou se tornando um desafio. E as férias podem ser um convite para repensar a relação com o mundo digital. Reservar um tempo para ficar despreocupado ou para lazer contribui para a redução do distresse (eustresse é o estresse positivo e distresse é o estresse negativo), melhora a qualidade do sono reparador e previne o esgotamento mental.
O excesso de tempo online, somado a jornadas de trabalho que muitas vezes invadem a vida pessoal, vem sendo apontado como um dos principais vilões do distresse e da ansiedade. Por isso, aproveitar as férias para praticar o “detox digital” — seja limitando o uso de redes sociais, deixando o celular de lado em momentos de lazer ou até mesmo se desconectando totalmente por alguns dias — pode potencializar os benefícios da parada das férias. Ajudando a melhorar a criatividade, o foco e até fortalecer as relações familiares, já que o tempo livre cria oportunidades de convivência mais genuína.
De qualquer forma, as férias têm a função de viabilizar a realização de atividades que nem sempre poderiam ser realizadas no período fora das férias, como por exemplo, viajar. Ou então deixar de fazer atividades que não dão prazer e priorizar fazer apenas o que dá prazer (liberação de dopamina). “As férias servem para espairecer, ou seja, fazer esquecer as preocupações ou as tristezas, aliviar (alguém ou a si mesmo) das tensões. E cada um consegue este objetivo de forma diferente” explica o especialista. O período de 30 dias já são essenciais para um bom descanso.
Sobre Orlando Pavani
Orlando Pavani é um reconhecido antologista dos Referenciais de Exemplaridade da Primazia da Gestão (REPG) e um especialista em Inteligência Comportamental e Cultura Organizacional. Como idealizador do Método Olho de Tigre de Desenvolvimento Humano, Pavani dedica sua carreira a ajudar pessoas a atingirem sua plenitude, promovendo o empreendedorismo protagonista, e a apoiar empresas na busca pela excelência em sua gestão. Essa visão norteia sua trajetória de mais de três décadas como consultor, mentor e educador.
Atualmente, Pavani é Diretor Presidente da HOLDING PAVANI, que administra a Gauss Consulting Group e a Olho de Tigre. Além disso, é Consultor Certificado CMC®️ pelo IBCO/ICMCI e detém outras certificações internacionais em áreas como Business Process Management (CBPP®️), Metodologias Ágeis (HCMBOK®️ to AGILE) e coaching. Pavani também ocupou cargos de destaque, incluindo a presidência do IBCO (2017-2020), consolidando-se como uma referência no cenário da consultoria organizacional no Brasil.
Como autor e coautor, contribuiu para a literatura de gestão e desenvolvimento humano com obras como As 30 Leis do Olho de Tigre, Mapeamento e Gestão por Processos/BPM e Consultoria Organizacional. Essas publicações refletem sua profunda compreensão sobre os desafios enfrentados por líderes e organizações, além de seu compromisso em disseminar metodologias inovadoras e eficazes. Sua atuação como examinador e instrutor em programas como PNQ e PQGF evidencia sua capacidade de alinhar a teoria à prática para fomentar a excelência organizacional.
Com sólida formação acadêmica, Pavani possui duas titulações de mestrado – uma em Administração Integrada pela Universidade São Francisco e outra em Administração e Desenvolvimento Empresarial pela FACECA –, além de pós-graduações em Economia Empresarial e Medicina Comportamental. Ele complementa sua expertise com certificações em áreas como neurociência aplicada, coaching e Programação Neurolinguística (PNL). Sua trajetória multifacetada é marcada pela busca contínua por conhecimento e pela vontade de transformar vidas e organizações por meio de métodos inovadores e uma visão humanista da gestão.