A Câmara Municipal de São Bernardo, por meio da Comissão Especial de Fiscalização das Obras Entregues na Gestão Anterior, apresentou nesta terça-feira (9), em coletiva de imprensa, um detalhado panorama sobre as irregularidades envolvendo a obra do KM-16, localizada na Avenida Lions. O projeto viário, iniciado no final da administração passada, encontra-se atualmente paralisado e foi apontado como exemplo de má gestão e falta de planejamento técnico.
Além disso, a Comissão revelou que a primeira etapa da obra foi iniciada e concluída sem que a Prefeitura tivesse solicitado a autorização da Ecovias, concessionária responsável pela rodovia. Segundo o presidente da Comissão, vereador Julinho Fuzari, essa solicitação foi feita apenas em meados de outubro, ou seja, após a entrega da primeira fase.
Contudo, dois meses depois, em dezembro, a Ecovias emitiu parecer contrário à continuidade da obra, alegando uma série de irregularidades técnicas que inviabilizavam a execução da nova alça viária prevista no projeto original. “A pergunta que fazemos é: como é possível iniciar uma obra desse porte sem ter a devida autorização da concessionária responsável pela rodovia?”, questionou Fuzari durante a coletiva.
Ainda mais preocupante, segundo a Comissão, foi o impacto direto da primeira etapa da obra na mobilidade local. Em vez de melhorar o fluxo na Avenida Lions, o novo traçado agravou o trânsito e aumentou o número de acidentes na região. Em outras palavras, a obra se mostrou ineficiente desde sua entrega, forçando a Prefeitura a retomar o traçado anterior por questões de segurança.
Nesse sentido, Fuzari destacou que a ausência de estudos técnicos e planejamento adequado resultou em um prejuízo estimado de R$ 32 milhões, valor que inclui o custo das desapropriações realizadas. “Vamos destrinchar cada ponto dessa obra”, afirmou o vereador, ao mencionar que a Comissão já solicitou à Prefeitura o detalhamento completo dos gastos com desapropriações.
MARCOS FIDELIS