Nesta gelada quinta-feira (3), idosos e idosas do Centro de Convivência da Pessoa Idosa (CCMI), ligado à Secretaria de Assistência Social e Cidadania (SASC), estiveram na Sodiprom para um encontro com os adolescentes que estão ali sendo preparados para o primeiro emprego. Como parte dessa preparação, os jovens constantemente trazem ao centro dos debates temas como inclusão e respeito às diversidades e o tema deste encontro foi o combate ao etarismo.
“Essa é uma discussão que não pode ficar restrita à sala de aula, ela precisa ser vivida na prática. Por isso estamos aqui,” explicou Alexsandra Dias, coordenadora do CCMI. “E as meninas do CCMI estavam ansiosas por esta vivência, para compartilhar um pouco de sua experiência com esses jovens.”
Para Thiago Mori, um dos psicólogos da Sodiprom que conduziram a ação, é muito importante que esses adolescentes tenham acesso a histórias diferentes das dele. “Aqui temos pessoas de diversas trajetórias, que já puderam construir uma vida e que agora podem inspirar esses jovens que saem para o mundo, em busca de seus próprios desafios. Também é um momento de celebrar a família, os afetos, carinhos, uma troca que muitas vezes no dia a dia a gente não consegue ter.”
Na atividade, os participantes se reuniram em rodas menores e mostraram fotos de momentos importantes para eles e conversaram sobre essas histórias, histórias de quem pegou Diadema ainda com terra batida, de casamentos de anos e de namoros recentes. Também receberam perguntas que todos procuravam responder, cada qual do seu jeito. “A gente vê os jovens se emocionando, os idosos também, é muito bonito isso,” resumiu Thiago.
Maria de Nazareth, 76, veio do Parque Real e confessou ter amado o bate-papo. “Eu sempre me dou muito bem com jovens e acho importante essa convivência,” afirmou. “Eu aprendo muito com eles e eles também podem aprender muito com a gente. Por exemplo, um deles se disse mais tímido e eu pude explicar que timidez em excesso atrapalha muito o crescimento das pessoas. Se você não disser o que lhe dói, como que alguém vai saber?”
O tímido era Jhonatan Cavalcante, 17, do Inamar. “Pra mim foi sensacional receber essas dicas da Dona Maria, pois ela já passou por experiências que eu ainda vou passar. Ela viveu momentos que a gente só estuda ou ouve falar e é incrível ouvir os relatos de quem estava lá. São visões diferentes de vida,” concluiu.
O encontro contou ainda com uma apresentação de dança cigana e um almoço coletivo, que estendeu o bate-papo até o refeitório. Terminou com todo mundo de barriguinha cheia, coração quentinho e a cabeça fervilhando de novas ideias.