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Ministro do Trabalho critica juros altos e responsabiliza Selic por frear criação de empregos

Luiz Marinho lamenta impacto da política monetária sobre o mercado formal e diz que Brasil é “escravo dos juros altos”; Selic está em 15% ao ano

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, voltou a criticar duramente o patamar da taxa básica de juros do Brasil, a Selic, nesta segunda-feira (30). Segundo ele, o atual nível da taxa impõe obstáculos diretos à geração de empregos formais no país. “Nós somos escravos dos juros altos. Os juros atrapalha um bocadinho [a criação de empregos]. Se não fosse o juros nesse patamar, seguramente poderíamos estar crescendo mais, isso sem dúvida nenhuma”, afirmou.

Além disso, o ministro destacou que, embora o saldo de contratações formais em 2025 siga positivo, o ritmo vem perdendo força. No acumulado do ano, foram criadas 1,051 milhão de vagas com carteira assinada — número inferior aos 1,1 milhão registrados no mesmo período de 2024, o que representa uma queda de 4,9%.

Ainda assim, Marinho acredita que o mercado de trabalho continuará avançando, mas sob condições menos favoráveis. “A velocidade do crescimento deste ano está aquém das possibilidades, especialmente a partir do papel dos juros, e cada vez se reforça isso. Acho que isso é um parâmetro para o Banco Central poder olhar e quem sabe desarmar a armadilha que lá existe”, declarou.

Contudo, o cenário não mostra sinais imediatos de alívio. A taxa Selic permanece em 15% ao ano, após sete altas consecutivas decididas pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Em outras palavras, o Banco Central manteve o aperto monetário como resposta à inflação persistente, especialmente a de alimentos — um dos grandes desafios enfrentados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – PT.

Do mesmo modo, ao comentar as projeções do mercado financeiro que indicam juros acima de dois dígitos até o fim do atual mandato presidencial, Marinho reagiu com indignação. “Até o fim desse atual governo? Temos que cortar os pulsos se acontecer isso. Não é isso que ouvi não. Não posso acreditar nisso não”, disse, em tom de alerta e crítica à condução da política monetária.

Apesar disso, o Copom sinalizou que o ciclo de elevações chegou ao fim, e a expectativa gira em torno da reunião marcada para os dias 29 e 30 de julho. Entretanto, analistas seguem céticos quanto à possibilidade de cortes agressivos, especialmente diante das incertezas fiscais e do comportamento da inflação.

Porém, o ministro fez questão de afastar quaisquer responsabilidades externas sobre o cenário do emprego. Segundo ele,

 

concluiu.

Nesse sentido, as falas de Marinho reforçam a pressão do governo sobre o Banco Central, comandado interinamente por Gabriel Galípolo, indicado por Lula para a presidência da instituição a partir de 2025. A expectativa do Planalto é de que a autoridade monetária adote uma postura mais alinhada com os interesses do crescimento e do emprego — algo que, segundo Marinho, só será possível com a queda da Selic.

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